MPA faz mobilizações por agricultura camponesa no RS

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realiza bloqueios temporários em rodovias do interior do Rio Grande do Sul na terça, dentro de jornada nacional de lutas.

Cerca de 2,5 mil pequenos agricultores estão mobilizados em Pantano Grande (BR 290), Lajeado (BR 386) e Sarandi (BR 386). Durante o dia, eles realizam bloqueios temporários nas rodovias, dialogando com a população sobre a situação da agricultura camponesa.

Ao governo federal, o MPA exige um prazo de 30 anos para pagar as dívidas acumuladas nos últimos anos pelos pequenos agricultores. O MPA também defende a ampliação dos programas de habitação rural e a manutenção dos direitos previdenciários dos trabalhadores rurais.

“O modelo agrícola, que prioriza as monoculturas para exportação, está prejudicando os pequenos agricultores. Por isso, defendemos alongamento e abate nas dívidas, que vêm se acumulando nos últimos anos, e a criação de um crédito para reestruturação da agricultura camponesa”, afirma Leandro Noronha, da coordenação estadual do MPA.

Em relação ao governo do Estado, o MPA exige o fortalecimento da CESA, ameaçada de privatização, a proibição de compra de terras por grandes empresas de celulose, garantia de água limpa para todo o povo gaúcho, fim da cobrança do ICMS da luz aos pequenos agricultores e fim da repressão policial aos pequenos agricultores.

O MPA segue nesta semana para São Leopoldo, onde participará das manifestações em defesa do rio dos Sinos, organizada por movimentos sociais, sindicatos e moradores da região de São Leopoldo.

O Movimento apresentou a seguinte pauta ao governo do estado do RS: 1- Fim da exploração na produção de fumo; 2- Fortalecimento da CESA e Convênio de armazenagem com entidades dos
pequenos agricultores; 3- Proibição de compra de terras por grandes empresas de celulose e fim
dos mega projetos de deserto verde no RS; 4- Financiamento do Banrisul e da Caixa RS para projetos dos pequenos agricultores entre eles, retomada do Programa Mais Alimento.

Além disso , pede a garantia de água limpa para todo o povo gaúcho e controle da poluição dos rios, proteção de fontes e nascentes e proibição do monopólio da água por parte de poucas empresas.

O Movimento dos Pequenos Agricultores defende uma transformação profunda no modelo agrícola e uma mudança de rumos nas políticas de produção agropecuária no Brasil, que sustentam o agronegócio, considerado concentrador de renda e terra; destruidor do meio ambiente; expulsa os camponeses do campo; endivida os pequenos e médios agricultores, pois não garante renda;

Para o MPA, o modelo gera dependência tecnológica, industrial e comercial de um pequeno grupo de grandes empresas estrangeiras; não gera soberania alimentar ao povo brasileiro; explora e escraviza a força de trabalho; concentra em poucas empresas estrangeiras a comercialização e distribuição de alimentos.