Estudantes ocupam reitoria da Federal do Rio Grande do Sul
Cerca de trezentos estudantes ocuparam na manhã desta terça-feira, dia 5, a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os protestos, organizados pelo Diretório Central dos Estudantes da UFRGS, é contra a reforma universitária e em apoio à luta dos estudantes da USP, em São Paulo.
Os estudantes divulgaram um manifesto no qual dizem que a ação serve como reflexão sobre os rumos do ensino superior brasileiro. No documento eles denunciam as ameaças que as universidades públicas vêm sofrendo, sobretudo, quando a produção do conhecimento é colocada como uma mercadoria a serviço do mercado e das grandes transnacionais.
“O Movimento Estudantil cumpriu um papel determinante nos momentos mais importantes da história recente do Brasil, como na resistência à ditadura militar, nas Diretas Já e no Fora Collor. Agora o Movimento Estudantil volta à tona para pautar com força máxima, contra as ameaças que sofre a Universidade Pública”, diz o manifesto.
Além de um posicionamento contrário à reforma universitária, os estudantes reivindicam políticas específicas da UFRGS como a redução em 50% da taxa de vestibular e ampliação do número de isenções totais; a implementação das ações afirmativas no próximo vestibular; garantia definitiva dos espaços estudantis da Toca, do CECS, do CEABI e do DACOM; prazo da abertura de licitação para a construção do restaurante universitário na ESEF; transferência do Instituto de Artes para um novo prédio e disponibilização da documentação referente aos expurgos e perseguições na UFRGS durante a ditadura militar.
Os estudantes aproveitam os protestos para prestar solidariedade a luta dos estudantes da USP, que ocupam a reitoria há 34 dias “promovendo uma mobilização que se tornou um exemplo e um orgulho para todos os estudantes brasileiros”.
Além da USP, cerca de cem estudantes da Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul também ocuparam a reitoria da instituição no dia 31 de maio. Eles reivindicam mais verbas do Ministério da Educação (MEC) para as instituições federais e para assistência estudantil. Eles defendem a ampliação do restaurante universitário e maior democracia nas eleições internas.
Amanhã, dia 6, a União Nacional dos Estudantes (UNE) promete organizar protestos em universidades públicas de todo o país para reivindicar melhorias e democratização do ensino superior, autonomia universitária, ampliação de vagas e a criação de um Plano Nacional de Assistência Estudantil.