Metalúrgicos gaúchos podem entrar em greve geral

Raquel Casiraghi
Agência Chasque

Os metalúrgicos gaúchos podem fazer greve geral caso as propostas de reajuste salarial das empresas continuem baixas. Os trabalhadores reivindicam um aumento de pelo menos 10%, mas as indústrias oferecem até 5,5%. Paralisações em fábricas já aconteceram em Canoas e Caxias do Sul na semana passada. Mas os sindicatos anunciam que outros 12 municípios devem protestar até sexta-feira.

Para o presidente da Federação dos Metalúrgicos no Rio Grande do Sul, Milton Viário, a possibilidade de uma paralisação geral não está longe de ocorrer. “Elas já estão acontecendo de forma parcial e muito limitada. Na sexta-feira, estaremos avaliando, junto com os nossos sindicatos, as propostas das empresas e, se for necessário, caso as propostas continuem baixas, podemos paralisar totalmente”, diz.

As atividades integram a campanha salarial da categoria, que também busca a valorização do trabalho. Para isso, os trabalhadores reivindicam redução da jornada de trabalho para 40 horas e garantia de aposentadoria especial. Os metalúrgicos esperam, ainda, a criação da Frente Parlamentar de Valorização do Trabalho, que já recebeu o apoio de cerca de 60 congressistas.

No entanto, um reajuste salarial mais digno, segundo Milton, é o primeiro passo para a valorização do trabalhador. “O reajuste deste ano tem que ser maior do que no anterior, por dois motivos: neste ano, a produção está batendo todos os recordes. Seja nas indústrias automotivas, autopeças, metalurgia, bens de capital, máquinas agrícolas. Todos os setores estão produzindo acima da média. Em segundo lugar, o ano passado foi um dos anos de maior lucro líquido nas indústrias, variando de 20% até 50% no comparativo com 2005. Tem produção e os empresários têm dinheiro, então é a hora dos trabalhadores”, afirma.

No Rio Grande do Sul, existem 13 mesas de negociação salarial de trabalhadores e empresas. A categoria é composta por 140 mil trabalhadores no Estado, que chega a um milhão em todo o país.