Atingidos por barragem protestam contra Baesa
Luiz Renato Almeida
Agência Chasque
Cerca de 300 agricultores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizaram uma mobilização nesta segunda, 25, em Anita Garibaldi (SC). O protesto foi contra o destino que a construtora Baesa estaria dando para as madeiras retiradas para a construção do lago da barragem de Barra Grande.
De acordo com Inovei Barbosa, da coordenação do MAB em Santa Catarina, o consórcio Baesa estaria descumprindo o acordo social, que previa a destinação da madeira para a construção de 400 casas e a reforma de outras 300, beneficiando as famílias atingidas. A Baesa pretendia repassar a madeira às prefeituras da região, madeira essa que ainda seria de má qualidade.
“Uma madeira podre, que não serve para a construção de casas populares. E eles querem repassar. Os prefeitos não podem assinar que aceitam as madeiras, porque foi uma conquista do povo, das comunidades atingidas. A Baesa quer repassar para as prefeituras. E muitos prefeitos querem fazer política com as madeiras, e não a construção de casas populares”, diz.
Um encontro nesta segunda reuniu as prefeituras catarinenses de Cerro Negro, Campo Belo, Anita Garibaldi, Capão Alto, e as prefeituras gaúchas de Esmeralda, Pinhal da Serra e Vacaria. A manifestação do MAB garantiu que os prefeitos não assinassem o acordo com a empresa. O MAB defende que o destino da madeira e do recurso disponível para o desenvolvimento dos municípios seja decidido pela população.
“Que seja cumprido o acordo social, com o repasse das madeiras à população atingida. E que as madeiras e o plano de desenvolvimento sejam decididos com o povo quem será beneficiado. E não quem os prefeitos querem”, afirma.
Após a reunião, foi criado um grupo, com representantes do MAB e das prefeituras, para vistoriar as madeiras cedidas pela Baesa. No seu site, o consórcio comemora a conclusão do acordo, em maio deste ano, com a construção de 66 casas nos sete municípios.