Mesmo com corte no pagamento, professores continuam mobilizados PE

Gisele Barbieri,
Radioagência NP

Os professores ativos da rede pública de ensino do estado de Pernambuco terão seus salários descontados da folha de pagamento do mês de julho. A decisão que veio por parte do governador do estado, Eduardo Campos (PSB) é uma tentativa de acabar com a manifestação dos professores que paralisaram suas atividades há mais de um mês. O governo anunciou que o corte corresponde aos 14 primeiros dias de paralisação dos docentes entre 11 e 25 de junho.

A categoria conta com cerca de 30 mil docentes ativos e 80% aderiram à greve. Os educadores querem melhores condições de trabalho e a recomposição de seus salários, que de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), quase mil professores no estado recebem salário inferior ao mínimo que é de R$ 380. Eles também pedem a melhoria na infra-estrutura das escolas da rede pública. 70 escolas do estado estão em péssimas condições e foram interditadas pelo governo em janeiro de 2007. Para Antonieta Trindade, vice-presidente do Sintepe os problemas têm desestimulado os profissionais.

“Essa ausência da valorização profissional tem influenciado bastante no resultado do estado de Pernambuco em todas as avaliações que são feitas aqui da qualidade de ensino. Pernambuco sempre ocupa as piores posições, isto em função de não existir uma política que garanta uma melhoria da educação no estado. Isto faz com que uma parcela significativa da categoria, tenha que ter até três vínculos para conseguir ter um salário necessário para a sua sobrevivência.”

Segundo Antonieta, os professores querem negociar e acabar com este impasse. Aproximadamente um milhão de alunos da rede pública de Pernambuco estão sem aulas.