Mulheres na luta pela emancipação e pela eliminação da pobreza

A discriminação e a exclusão das mulheres é um tema que há alguns anos entrou definitivamente na agenda pública e passou a ser debatido com maior seriedade, tanto pelos setores ligados ao Estado, quanto por organizações da sociedade civil e movimentos sociais. No entanto, apesar dos avanços nesse debate, as mulheres continuam a ser a parcela da população mais atingida pela pobreza. Hoje elas representam 70% das pessoas que vivem em extrema pobreza no mundo e 65% dos analfabetos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Essa feminização da pobreza é o foco da Chamada Global para a Ação contra a Pobreza (GCAP*) na América Latina e Caribe que, na edição deste ano, terá atividades com o tema “A Mulher e os Desafios da Emancipação”. A relação entre pobreza, desigualdade e gênero começará a ser discutida na próxima quarta-feira, dia 15 de agosto, a partir das 19 horas na Biblioteca Nacional, em Brasília.

Segundo dados, de 2006, do Observatório da Cidadania, a renda das mulheres representa de 30% a 60% da renda dos homens. No Brasil, números de 2003 apontam que a renda das mulheres equivale a 43% da renda dos homens. Para a Chamada Global contra a Pobreza, abordar o tema da mulher surge como aspecto fundamental: “Esses dados ilustram a realidade da discriminação de gênero e seus reflexos na condição de pobreza, evidenciando a importância de discutir o tema”.

A versão brasiliense da Chamada Global, que vai até 30 de agosto, terá ao mesmo tempo dois outros eventos do movimento de mulheres:a 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e a Marcha das Margaridas. Com a expectativa da presença de três mil mulheres, o Centro de Convenções de Brasília abriga a 2ª conferência entre os dias 17 a 20 de agosto para discutir a presença e a participação das mulheres na política. Já a Marcha das Margaridas, que será realizada dia 22 e pretende levar quatro mil agricultoras à Esplanada dos Ministérios.

A Chamada Global para a Ação contra a Pobreza, desde 2005, mobiliza pessoas em mais de 100 países. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma das organizações que participam da coordenação do GCAP no Brasil.

Entre as tarefas da GCAP está a defesa da adoção de políticas nacionais e internacionais de combate à pobreza que sejam democráticas, transparentes e passíveis de controle por parte de cidadãos e cidadãs; regras comerciais justas; perdão da dívida dos países pobres; e melhoria na qualidade da ajuda internacional. Além de trabalharem pressionando os governos a agirem mais e melhor no combate à pobreza, alcançarem e ultrapassarem os Objetivos do Milênio acordados na ONU.

PROGRAMAÇÃO

Abertura (15/08 – 19h)
• Cerimônia de abertura do evento
• Lançamento do livro “Sonhos – vidas comuns em tempos extraordinários”, de Carolina Benshemesh
• Participações da Banda Batalá e do cantor Eduardo Rangel
• Coquetel de abertura

Exposição Fotográfica (15 a 30/08)
• Seleção de fotos do livro de Carolina Benshemesh
Curadoria: Graça Ramos

Mostra de Filmes
(sexta-feira: 19h30 – sábado a domingo: 19h e 21h)
• Exibição de produções de diversos países sobre o tema “mulher, desigualdade e discriminação”
Curadoria: Valentina Homem

Mesas de Controvérsias
– 16/08 (19h30) Políticas de corpo, corpo político.
– 23/08 (19h30) Dimensão de gênero nos movimentos sociais e nas políticas públicas
– 30/08 (17h30) Direitos reprodutivos, saúde e violência.

Encerramento (30/08 – 20h30)
• Exibição especial de filme
Local: Cine Brasília (QS 106/107 Sul)
Biblioteca Nacional de Brasília
Esplanada dos Ministérios
*O encerramento será no Cine Brasília

* Sigla do ingles Global Call to Action Against Poverty