MST conquista assistência técnica para assentamentos do PR
A mobilização dos 1.300 trabalhadores Sem Terra, em Curitiba, de 25 a 28 de setembro, teve como saldo a assinatura de um convênio de assistência técnica para os assentamentos do Paraná. O convênio foi firmado na última sexta-feira, dia 28, em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O convênio assinado pelo secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, o superintendente do Incra no Paraná, Celso Lacerda, e o presidente do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR), Arnaldo Bandeira, no valor de R$ 4 milhões, vai beneficiará 13 mil famílias assentadas no estado.
O projeto será gestado pelo Incra e pela Emater, que através da Fundação Terra, vai contratar 137 profissionais, entre eles 97 do MST, para trabalhar nos assentamentos.
As 17 mil famílias assentadas no Paraná estavam sem assistência técnica há um ano e meio. O convênio não atinge todos os agricultores, mas ajuda a resolver a falta de acesso aos créditos agrícolas, via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Segundo, o coordenador estadual do setor de produção do MST, Luiz Sales, a assinatura do convênio é uma grande vitória para os camponeses. “Há um ano e meio que estamos brigando por assistência técnica no campo. Sem esse apoio, os trabalhadores não conseguiam nem os custeios do Pronaf, pois isso necessita da assinatura de um técnico”, reclamou.
O superintendente do Incra, Celso Lacerda, afirmou que a realização do convênio mostra o compromisso do órgão com a reforma agrária. Ele prometeu a assinatura de outro convênio, com duração de três anos para o início do próximo ano. “Esse convênio, de seis meses, vai servir de experiência para outro que queremos fazer em março de 2008, para garantir assistência a todas as famílias assentadas, até 2010”, declara.
Os Sem Terra estavam acampados em frente ao Incra desde a terça-feira, 25, como parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, pelo assentamento das 150 mil famílias do MST, acampadas em todo país.
Para o coordenador Estadual do MST, José Damasceno, as conquistas vão começar a aparecer nos assentamentos, através da melhoria de vida das famílias assentadas. “A mobilização mostrou que só a organização do povo, consegue resolver o problema da desigualdade social, neste país”, comemora.
Outras negociações
Enquanto estiveram acampados em frente ao Incra, os trabalhadores paranaenses também negociar a aquisição de terras para o assentamento das 9.000 famílias acampadas no Paraná. A promessa do Incra foi de que, a meta é assentar 1.800 famílias no Estado, até o final deste ano.
Os Sem Terra também conseguiram créditos de habitação para a reforma de casas nos assentamentos, e a liberação de cestas básicas, atrasada, para as famílias acampadas até a primeira semana de outubro.