Greenpeace lamenta incidente com Syngenta no Paraná

O Greenpeace, entidade ambientalista pacifista, lamenta profundamente a tragédia ocorrida domingo, dia de outubro, em Santa Tereza do Oeste (PR), quando trabalhadores Sem Terra e vigilantes da Syngenta Seeds entraram em confronto, provocando a morte de duas pessoas e ferimento em outras seis.

O Greenpeace acredita que todo brasileiro tem o direito de protestar e de se manifestar pacificamente, e mais do que isso, tem o dever de agir para proteger o meio ambiente, conforme o artigo 225 da Constituição de nosso país.

Por isso estamos há tantos anos combatendo os transgênicos produzidos por empresas de biotecnologia, entre elas a Syngenta. Entendemos que esses produtos geneticamente modificados representam grande risco ao meio ambiente e à saúde humana, afrontando diretamente o princípio da precaução consagrado pela Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, a Rio Eco 92.

É importante lembrar que o conflito que culminou com a tragédia do último domingo teve início durante a última Convenção de Biodiversidade (CBD), em março de 2006, quando integrantes da Via Campesina ocuparam a propriedade da Syngenta para protestar contra o cultivo de variedades geneticamente modificadas nos arredores do Parque Nacional do Iguaçu – uma área de proteção ambiental. A propriedade da Syngenta era ilegal uma vez que a legislação da época proibia o cultivo de transgênicos num raio de 10km de qualquer área de preservação, e colocava em risco a biodiversidade do local.

O Greenpeace acredita que organismos geneticamente modificados não devem ser cultivados nos arredores de áreas de proteção ambiental e que novas variedades transgênicas não devem liberadas comercialmente no país até que sua segurança para o meio ambiente e a saúde humana seja comprovada.

Na luta contra os transgênicos, O Greenpeace sempre se guiou pelos princípios do pacifismo e do confronto não-violento. Esperamos sinceramente que o bom senso prevaleça sobre os ânimos exaltados e que o embate de idéias não mais ultrapasse os limites do razoável, provocando incidentes lamentáveis como este no Paraná.