Massacre de Felisburgo completa três anos de impunidade

Nesta terça-feira, dia 20 de novembro, completaram três anos de impunidade do Massacre de Felisburgo. Em 2004, Adriano Chafik Luedy e seus jagunços assassinaram cinco trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), deixando outros 13 feridos. Na violenta ação, 30 barracos foram queimados e uma escola foi destruída. O caso retrata a violência relacionada à questão agrária no Brasil e a impunidade da justiça referente aos conflitos no campo.

Adriano é réu confesso, mas o julgamento ainda não tem data para acontecer. O MST e demais movimentos sociais temem pela impunidade do fazendeiro e lutam para o desaforamento do caso, ou seja, para que Adriano seja julgado em Belo Horizonte (MG) – local onde ele possui menos
influência política.

As famílias Sem Terra ainda são ameaçadas pela família de Adriano, mas nenhuma providência é tomada pela Justiça. Nesta semana diversas atividades estão acontecendo em Minas Gerais para denunciar o caso e pressionar o Judiciário para a realização do julgamento.

No dia 20 de novembro de 2004, 16 pistoleiros fortemente armados e encapuzados, incluindo o latifundiário Adriano Chafik Luedy, invadiram o acampamento do MST, situado na fazenda Nova Alegria, localizada no município de Felisburgo, na região da Comarca do Jequitinhonha (MG). A
área já estava ocupada desde 2002, por um total 200 famílias. A fazenda possui mais de 500 hectares de terras devolutas, estando o restante – aproximadamente 1.700 hectares – em processo de desapropriação por interesse social.