Plantação de eucalipto tinha mão-de-obra escrava no RS

Fiscais do Ministério do Trabalho encontraram 32 pessoas submetidas a condições desumanas de trabalho e sobrevivência em plantações de eucaliptos no município de Cacequi, a 400 quilômetros de Porto Alegre, na sexta-feira. O grupo foi transferido para um hotel na cidade, onde vai esperar o pagamento dos salários. Ontem, em um acordo com representantes da Delegacia Regional do Trabalho, o empregador prometeu levantar o dinheiro esta semana para quitar o débito.

Os fiscais e policiais federais e militares investigavam o caso desde terça-feira, quando receberam uma denúncia anônima. Na sexta-feira, foram ao local e encontraram homens e mulheres cortando árvores do nascer ao pôr-do-sol, em jornadas exaustivas e não remuneradas, situação que o ministério considera “ análoga à de escravo”. Os alojamentos foram considerados insalubres, por falta de banheiros e condições mínimas de higiene, conforto e segurança.

A Delegacia do Trabalho informou que a empresa que contratou os trabalhadores tem sede no Paraná e é fornecedora de empresas do ramo ferroviário, mas não divulgou seu nome. Os troncos de eucalipto seriam usados como dormentes de trilhos. Se condenados pela Justiça pela exploração de trabalho escravo, os responsáveis podem pegar de 2 a 8 anos de prisão.

Fonte: Elder Ogliari para jornal Folha de S. Paulo – 20/11/07