Desempregados fazem manifestação na capital gaúcha
Patrícia Benvenuti,
da Agência Chasque
O Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) realizou uma manifestação nesta quinta-feira, dia 29, no centro de Porto Alegre. Cerca de 800 desempregados marcharam em direção à Secretaria da Fazenda para exigir que o Estado invista nas frentes de trabalho ainda este ano.
Até o momento, o governo não liberou nenhum recurso dos R$ 2,5 milhões previstos para as frentes de trabalho em 2007. Depois da ocupação ao prédio da Corlac nesta quarta-feira, 28, o secretário da Casa Civil Luis Fernando Záchia prometeu que vão ser liberadas verbas para as atividades este ano. No entanto, o integrante do MTD Mauro Cruz afirma que não houve uma definição sobre o valor dos investimentos.
“A gente precisa saber quanto é que o Estado vai investir nas frentes de trabalho ainda este ano. E esse é o objetivo da nossa ida à Secretaria da Fazenda”, diz.
A ocupação da quarta-feira foi marcada pela violência da Brigada Militar. Cerca de 600 desempregados que estavam na ação foram levados para a delegacia a fim de serem identificados. Para Mauro, a atitude dos policiais foi exagerada, já que a manifestação era pacífica.
“A violência foi uma coisa muito desproporcional, considerando que as pessoas estavam pacificamente na atividade e foram violentamente empurradas, xingadas pela Brigada, com palavras de baixo escalão, especialmente as mulheres desempregadas”, conta.
Já o subcomandante da Brigada Militar, Paulo Mendes, rebate as acusações, afirmando que os policiais agiram de acordo com a lei.
“O que houve foi o procedimento que tem que ser de praxe. Houve uma invasão criminosa, a invasão a um prédio público, e as pessoas têm que ser responsabilizadas por esses atos. Então remetemos para a delegacia para que o delegado avaliasse melhor e tomasse a postura mais adequada”, diz.
Na próxima segunda-feira, dia 3, vai haver uma audiência entre o MTD e os secretários da Agricultura e da Habitação para discutir a situação dos assentamentos rururbanos. Eles esperam, ainda, uma audiência com o secretário de Desenvolvimento.