Entidades da Reforma Agrária manifestam apoio a Cappio

Em solidariedade ao protesto do bispo Luis Flávio Cappio, que há sete dias faz jejum contra o projeto de transposição de águas do rio São Francisco, integrantes da Via Campesina e do Fórum Nacional de Reforma Agrária e Justiça no Campo, além dos deputados Adão Pretto (PT/RS) e Iran Barbosa (PT/SE), entregam nesta terça-feira duas cartas ao secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Dimas Barbosa, às 16h, em Brasília.

Marina dos Santos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acredita que o gesto de D. Cappio reflete a luta empreendida pelos movimentos sociais do campo contra o agronegócio e o hidronegócio em todo o território nacional.

“O bispo Cappio age em defesa da terra, da água e da biodiversidade como bens do nosso povo. Sabemos que o debate da transposição foi guiado por grandes interesses econômicos de grupos nacionais e internacionais, os mesmos que querem as usinas do rio Madeira, a produção em massa de etanol, as nossas riquezas naturais”, afirma.

Na carta, a Via Campesina afirma que “a transposição não criará as condições de acesso à água para os camponeses mais necessitados do semi-árido, mas fornecerá água subsidiada pelo povo brasileiro para as grandes empresas do agronegócio do Nordeste”.

O manifesto do Fórum – uma articulação de organizações, movimentos socais e entidades que se uniram com intuito de lutar pela concretização da reforma agrária e para o desenvolvimento da agricultura familiar no país – exige do governo federal a imediata paralisação das obras de transposição, e o início de um amplo diálogo com a sociedade civil na busca de concretizar alternativas para um outro Semi-Árido possível.