Justiça nega recursos de réus da Chacina de Unaí

No dia em que a Chacina de Unaí (MG) completou quatro anos, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Brasília, rejeitou os recursos de seis dos nove réus envolvidos no episódio. Em 28 de janeiro de 2004, João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida Gonsalves, Nelson José da Silva, auditores fiscais, e Ailton Pereira de Oliveira, motorista, foram assassinados com tiros na cabeça quando investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas da região.

Os pedidos dos réus eram de anulação da decisão que negava um recurso já feito contra a realização do julgamento por júri popular – comum em crimes contra a vida. As defesas entraram com dois recursos contra essa negação, um para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outro para o Tribunal Federal (STF), e ambos deveriam passar antes pelo TRF.

Agora, os réus têm 15 dias para protocolar novos requerimentos diretamente nos tribunais superiores. Se esse recurso, chamado agravo de instrumento, for negado, o caso voltará para a 9ª Vara Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Aí então os réus poderiam ser julgados.

Em outra decisão da Coordenadoria da Corte Especial e Seções do TRF, o desembargador federal Hilton Queiroz suspendeu o julgamento de Antério Mânica – que, por ser prefeito de Unaí, tem foro privilegiado – até o julgamento dos executores do crime. Antério entrará com um recurso para ser julgado antes dos demais réus.

Nesta segunda-feira (28/01), um ato em Brasília reuniu cerca de 150 pessoas, entre viúvas das vítimas e fiscais ligados ao Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, da CUT e da Comissão Pastoral da Terra, em frente ao TRF da 1ª Região. O ato começou e terminou com uma benção de dom Tomás Balduíno, conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Com informações da Agência Repórter Brasil