“Necessidade de luta é constante”, diz Fidel Castro
O presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro, mandou um novo recado para o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em artigo publicado no domingo pelo jornal Juventude Rebelde. No texto, Fidel alerta para a necessidade de ajudar os países mais pobres e lutar contra o egoísmo “pregado” pelos Estados Unidos.
Ainda comentando a visita de Lula à ilha caribenha no dia 15 de janeiro, Fidel arremeteu contra a “apelação vulgar do capitalismo imperial ao egoísmo”. O presidente cubano disse ter falado a Lula “da batalha das idéias (reforçamento ideológico) com o qual estamos lidando” e da “necessidade dessa luta constante”.
O líder cubano explicou ainda a relação vantajosa que seu país manteve com a antiga União Soviética, permitindo que o país sobrevivesse economicamente ao bloqueio imposto pelos americanos em 1962.
A relação “serviu depois como base para a aplicação do princípio socialista de que os mais desenvolvidos economicamente deviam apoiar os menos favorecidos na construção do socialismo”, afirmou.
“Quando a União Soviética de desintegrou, foi para nós como se o sol deixasse de sair: a Revolução Cubana recebeu um forte golpe; o Produto Interno Bruto começou a cair progressivamente”, contou a Lula o presidente cubano, afastado do poder há 18 meses por problemas médicos.
O líder da ilha socialista — que também comentou com Lula a respeito do guerrilheiro argentino Ernesto “Che” Guevara — destacou a solidariedade que manteve com a União Soviética em contraposição a atitude dos Estados Unidos, que usa países mais pobres para proteger e desenvolver sua economia.
No artigo, Fidel criticou ainda os cubanos que renegam o socialismo. “Os piores órgãos da imprensa dos inimigos ideológicos se dedicam a divulgar pelo mundo as opiniões de alguns vermes que, em nosso heróico e generoso país, nem sequer desejam escutar a palavra socialismo”.
Fidel citou um jovem cubano que declarou não querer “saber de nenhum socialismo”, argumentando que “muita gente vende a alma por uns poucos dólares”.
Segundo o líder socialista, trata-se de “um lobo disfarçado de vovozinha; um jovem que graças à revolução alcançou um bom nível de educação, saúde e emprego”.