Empresas de celulose contribuem para aquecimento global
Da Agência Chasque
Empresas de celulose também são responsáveis pelo aumento da temperatura do planeta. A afirmação é do ativista norte-americano Julian Drix, da organização Maré Crescente, que combate o aquecimento global. Para ele, três argumentos colocam as empresas entre as principais causadoras do problema ambiental.
“Primeiro, para plantar eucalipto, eles destroem completamente a Mata Atlântica. Segundo, os agrotóxicos que eles usam. Os agrotóxicos são baseados em petróleo, que são a maior fonte de aquecimento global. E também o processo para produzir o papel precisa muita energia e tem muitas emissões de carbono. Estas grandes indústrias e os latifúndios são a fonte do aquecimento global”, afirma.
De acordo com o norte-americano, estas e outras empresas poluidoras usam o mercado de crédito de carbono e a propaganda para melhorarem suas imagens, sem atacarem o verdadeiro problema.
“Grandes empresas de petróleo, de carvão mineral, de outras coisas estão “lavando” suas imagens, por comprarem créditos de carbono que vem de plantações daqui ou de outros países do sul. Tem uma coisa nos Estados Unidos que se chama US CAP, que é um grupo de grandes empresas que dizem que estão fazendo algum coisa contra o aquecimento global, para buscar alternativas de energia, mas são as mesmas empresas que são o problema”, declarou.
Entre as empresas que devem utilizar o crédito de carbono como propaganda de preservação do meio ambiente, o ativista destaca o banco Bradesco, a multinacional de petróleo Exxon Mobil e as empresas de celulose Aracruz e Stora Enso. Somente no Rio Grande do Sul, Aracruz e Stora Enso detêm cerca de 150 mil hectares plantados de pínus e eucalipto.
Julian Drix esteve no Brasil pesquisando para a produção de um filme sobre a monocultura de eucalipto, produção de celulose e o aquecimento global, que deverá ser realizado ainda este ano.