Ariovaldo critica manutenção dos índices de produtividade
Da Radioagência NP
O professor da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP, Ariovaldo Umbelino, acredita que o governo Lula utilizou mais do instrumento da compra de terras do que o seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Ariovaldo explica que a desatualização dos índices de produtividade rural, uma reivindicação dos movimentos sociais, gera uma distorção na avaliação de quais propriedades são produtivas ou não. Os dados atualmente em vigor são do censo agropecuário de 1975.
“A produtividade média de soja prevista na legislação atual é de 1,2 toneladas por hectare, enquanto a média brasileira está hoje em três toneladas. Isso já é um exemplo de que houve avanço tecnológico e que os indicadores de produtividade da lei atual [de 1975] estão bastante reduzidos em relação àquilo que é a realidade do país”.
No entanto, Ariovaldo afirma que mesmo a atualização dos índices não ajudará com a reforma agrária, pois se aplicados os novos dados – que ainda estão sendo formulados pelo governo – poucas propriedades seriam desapropriadas. Para o professor, a solução passa por uma questão de vontade política.
A decisão do governo federal de comprar terras para acelerar o ritmo da reforma agrária é motivo de crítica dentro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST).
Segundo a coordenação do movimento, a compra é responsável pela sobrevalorização do preço da terra em algumas regiões do país e trata-se de uma política de compensação social que não tira os camponeses da pobreza.