Agronegócio é responsável por encarecimento da terra
No último domingo (10/2), uma matéria do jornal Folha de S. Paulo observou que o preço da terra alcançou neste começo de ano um aumento de preço recorde. Segundo o jornal, durante o ano de 2007, o encarecimento da terra chegou a 17,83% acima da inflação de 9,6% no ano. Assim, o preço do hectare passou de R$ 3.276 para R$ 3.860. Para 2008, a perspectiva de alta é ainda maior.
Dentre os motivos para esse aumento está a produção dos agrocombustíveis e o estado que registra as maiores altas nos preços é São Paulo. As regiões de Araraquara, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e Pirassununga tiveram o valor do hectare duplicado em alguns casos em áreas para o cultivo de grãos, cana, café e pastagens.
Com isso, fundos de investimento, principalmente estrangeiros, voltam-se agora para o mercado de terra. As regiões preferidas estão em Mato Grosso, no oeste baiano e no chamado “Mapito” – Maranhão, Piauí e Tocantins.
O cenário casa com o aumento da concentração da propriedade e da produção, já que quanto mais caras as terras, mais restrito o acesso a ela e, assim, maior a vantagem dos grandes proprietários e maior o número de pobres no campo.
Enquanto isso, na região norte…
Dados de 2007 do governo Lula revelam que 60% das famílias que teriam sido assentadas fizeram parte de projetos de colonização de terras públicas na Amazônia Legal. A maioria deles é apenas regularização de posse, sendo que muitos nem sequer vão morar no assentamento, servindo apenas de laranjas para regularizar a retirada de madeira pelos madeireiros, como denunciou o Ministério Publico Federal de Santarém.
Outros 25% são apenas recolocação de famílias em lotes vagos. Ou seja, pelo menos 85% das famílias dita assentadas no governo Lula não representam uma verdadeira distribuição de terras e combate ao latifúndio. Afinal, por que o governo não consegue resolver o problema das 150 mil famílias que estão acampadas desde 2003?