Atingidos por barragens ocupam termelétrica da Eletronorte

Na manhã desta terça-feira (11/3), cerca de 700 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam a Unidade Termelétrica Rio Madeira no Bairro Nacional, em Porto Velho. A ação faz parte da jornada de lutas do 14 de março – dia internacional de luta contra as barragens, pelos rios e pela vida.

A manifestação tem como objetivo reivindicar da estatal Eletronorte a solução de problemas antigos das famílias atingidas pelas barragens de Samuel, e das famílias ameaçadas pela construção do Complexo Madeira.

A UHE de Samuel está localizada sobre o Rio Jamari, a 47km da capital do Estado, Porto Velho. Construída pela Eletronorte durante a década de 80, a barragem expulsou cerca de mil famílias de suas terras, a maioria aguarda reparação até hoje. Segundo levantamentos feitos na região, 650 famílias esperam reassentamento.

O Complexo Madeira prevê a construção das barragens de Santo Antônio, cujo aproveitamento hidrelétrico foi leiloado em dezembro do ano passado, e Jirau, com o leilão previsto para maio deste ano. Segundo cálculos do MAB, o conjunto das obras deve deslocar 5 mil famílias de suas terras.

Dia internacional de luta contra as barragens

O 14 de março é, todos os anos, um dia de atos e protestos mundiais contra a construção de barragens, em defesa da vida e da natureza e pelos direitos dos atingidos. Segundo o relatório final da Comissão Mundial de Barragens (órgão ligado a ONU), no mundo, cerca de 80 milhões de pessoas foram atingidas direta ou indiretamente pela construção de barragens. No Brasil, as grandes hidrelétricas existentes já expulsaram cerca de 1 milhão de pessoas, e destas, 70% ainda não foram devidamente indenizadas.

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