Funcionário da Ceste é preso por atirar em manifestantes

O gerente de transportes do Ceste (Consórcio Estreito Energia), Luis Carlos Pereira Lima, foi preso ontem por ter baleado um agricultor durante a ocupação da Hidrelétrica de Estreito feita pelos militantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e da Via Campesina.

Por volta da 23h30 de terça-feira (11/3), o agricultor Welinton da Silva Silva levou um tiro na perna. Segundo relato, um carro tipo Uno, de cor cinza, entrou no acampamento, disparou vários tiros e foi embora. Testemunhas identificaram o atirador que já havia entrado no acampamento 3 vezes naquele dia, ameaçando os manifestantes.

O Ceste, responsável pela obra, é formado pelas empresas Vale, Acoa Alumínio, Billiton Metais, Camargo Corrêa Energia, e Tractebel. A hidrelétrica com potência de 1.087 MW, se construída, vai formar um lago de 555 km2, e inundará uma área de 400 km².

14 de março

A ocupação faz parte da jornada do dia internacional de luta contra as barragens (o 14 de março). Os Movimentos Sociais exigem a paralisação das obras da usina e demais ao longo do rio Tocantins, para que seja feito um novo levantamento de impacto ambiental, pois o realizado anteriormente omite que cerca de 21 mil pessoas serão atingidas diretamente pela barragem, além de comunidades quilombolas do Bico do Papagáio.