MST reoucupa Aréa da Usina Barcelos no Rio
Por volta de 7h30 desta manhã de segunda-feira (12/05), aproximadamente 230 famílias reocuparam a fazenda São Cristóvão, localizada na rodovia RJ 224, a 7 Km de Travessão de Campos. A fazenda tem como proprietário o grupo hoteleiro e de usina de cana de açúcar Othon.
A fazenda está arrendada a um pré-candidato à prefeitura de São Francisco do Itabapoana, conhecido como Valter Júnior. Este utiliza a fazenda com o monocultivo da cana de açúcar, cuja principal finalidade não é a produção de alimentos. Ao contrário, as 230 famílias que se encontram no acampamento 17 de Abril, propõem exatamente a produção de alimentos. O acampamento recebeu esse nome em memória aos 19 companheiros que foram covardemente assassinados
em Eldorado dos Carajás-PA, exatamente em um 17 de abril.
O Acampamento foi fundado no dia 19 de Abril de 2008, sendo pedido a reintegração de posse pelo Grupo Othon no dia 24 de Abril. A oficial de justiça solicitou apoio do 8º BPM de Campos para garantir o despejo das famílias. Desde a ocupação, existe uma forte perseguição dos jagunços do
Grupo Othon às lideranças do MST, tendo estes de ficarem escondidos para que as ameaças de morte não se concretizem.
No momento da reocupação da fazenda, havia dois jagunços armados, cuja intenção era de coibir novamente as famílias e garantir a não reocupação da fazenda. Lembramos que até momento, está garantida pela 5ª vara de Campos dos Goytacazes a permanência das famílias na Fazenda, sendo este julgada em instância federal.
Às 9h da manhã de hoje, após a reocupação, o Grupo Othon se fez presente na fazenda, levando consigo, mais dez jagunços e duas blazer da Polícia Militar. Esta é mais uma tentativa de aumentar a repressão às famílias e a militância do MST, tendo esta repressão garantida também pela PM.
Assim, sendo garantido pelo judiciário a permanência das famílias na fazenda e existindo ar de tensão a qual as famílias estão submetidas, comunicamos:
· As famílias não estão dispostas a desocupar a fazenda, mesmo podendo à noite ter conflitos, já que estão num mesmo local 230 e jagunços fortemente armados.
· Que os órgãos responsáveis INCRA, ITERJ, Secretaria de Segurança Pública intervenham na situação, caso contrário ao anoitecer certamente teremos conflitos.
· Que o comandante do 8º BPM de Campos, retire os jagunços da fazenda, que estão fortemente armados coibindo as famílias. Temos a suspeita de ter policiais militares trabalhando para Grupo Othon como jagunços, o que fortalece a informação, quando estamos presenciando que a polícia está aliada aos jagunços armado.