Vale é responsável por mortes de trabalhadores no Rio de Janeiro
O MPT (Ministério Público do Trabalho) do estado do Rio de Janeiro está tentando paralisar as obras da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) na Baía de Sepetiba. A CSA é um conglomerado formado pela Vale e a empresa alemã Thyssen Krupp. O MPT interditou as obras neste mês por falta de segurança no trabalho. Mesmo assim, as obras foram retomadas e o Ministério afirma que as irregularidades continuam.
Os acidentes são rotineiros e ocorrem desde o início das obras da CSA. De acordo com a Fapesca(Federação da Associação dos Pescadores Artesanais), mais de 60 mortes já ocorreram no local. Os trabalhadores também são admitidos por contrato temporário de trabalho, o que configura uma relação trabalhista precária.
No último mês de março mais uma morte foi registrada. Desta vez, fora do local de trabalho, dois pescadores foram atropelados por um barco da CSA. O vice-presidente da Fapesca, André Espírito Santo, conta o que aconteceu durante a busca do corpo de um dos pescadores. Ele afirma que os fatos levantam suspeita de que milícias armadas estejam agindo em nome da CSA.
“Quando houve o caso do atropelamento dos dois pescadores pelo barco da CSA, um morreu [Carlos Alberto Marques da Silva] e outro ficou hospitalizado. Durante a busca do corpo que ficou desaparecido durante três dias, foram encontrados mais cinco corpos. Todos perfurados de bala. Todos com uniformes de operários da CSA.”
A CSA tentou omitir o atropelamento. O pescador que sobreviveu foi internado em um hospital particular, dando entrada como funcionário da CSA. No registro do hospital constava que ele foi vítima de acidente de trabalho.