Incra cadastrará famílias da nova ocupação do MST

Após a ocupação da fazenda Bocaina, localizada na região de Ribeirão Preto, as famílias acampadas elaboraram uma pauta de reivindicações para ser atendida pela Prefeitura de Serra Azul. Uma das reivindicações é que todas as crianças e jovens tenham transporte e vaga para estudar nas escolas de Serra Azul. Este direito foi conquistado e portanto, todas as pessoas em idade escolar estão estudando.

Outra medida tomada foi oficiar o Incra (Institucional Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para que arrecade a área para fins de Reforma Agrária e este demonstrou claramente o seu interesse em destinar a área ocupada para o assentamento das famílias que ocuparam a fazenda, com base no Decreto Presidencial 433.

O Incra já esteve na área para cadastrar as famílias e foi agendado para os próximos dias um retorno da equipe do Incra para realizar o cadastro de todas as famílias interessadas em conquistar um pedaço de terra. O acampamento está aberto para a chegada de novas famílias e os interessados devem se dirigir diretamente para o local.

A ocupação de terras é uma luta justa e necessária e tem se confirmado como único caminho de pressão política para conquista da Reforma Agrária.

Histórico

Cerca de 300 integrantes do MST, fizeram uma ocupação na madrugada do dia 22 de maio de 2008, por volta das 6h. A ocupação tem como objetivo, a indicação de áreas para que o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) faça vistorias e arrecade terras para a Reforma Agrária, a fim de atender famílias sem terra da região.

A área ocupada tem cerca de 200 hectares e é conhecida como a antiga Fazenda Bocaina, que fica na Rodovia Abraão Assed, na altura do Km 23, município de Serra Azul. A área é nitidamente improdutiva e portanto passível de arrecadação para fins de Reforma Agrária.

A região de Ribeirão Preto é caracterizada por profundas contradições devido ao Modelo do Agronegócio, do ponto de vista ambiental, do trabalho e social. Na dita “Capital do Agronegócio”, referência na produtividade do etanol, há terras improdutivas e famílias sem terra, que buscam na luta por Reforma Agrária, o direito básico a trabalho, moradia e alimentação.

Na fazenda, o MST está construindo uma nova comunidade, que lutará para a construção de mais um assentamento na região, com bases agroecológicas e de defesa ambiental.

Homenagem às lutadoras

O MST escolheu em assembléia o nome da companheira Alexandra Kolantai, como nome do novo acampamento. A companheira contribuiu com a reflexão e a luta pelo direito das mulheres na construção de uma nova sociedade.