MAB e Via Campesina ocupam barragens da Suez no PR

Cerca de 300 agricultores do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e da Via Campesina estão acampados na hidrelétrica de Salto Santiago, no Paraná, em protesto contra a transnacional franco-belga Suez-Tractebel, dona da barragem. Outra hidrelétrica da Suez, a UHE de Itá, também foi ocupada na manhã de hoje. As ações fazem parte da Jornada Nacional da Via Campesina.

A Suez-Tractebel é a maior empresa estrangeira de geração de energia no Brasil, com 13 usinas (6 hidrelétricas e 7 termelétricas). Segundo dados da própria empresa, em 2007, o lucro líquido foi de R$ 1,05 bilhão, 6,8% acima do lucro obtido em 2006. Segundo Hélio Meca, da coordenação do MAB, a empresa ganha R$ 135 mil reais por hora com a venda da energia gerada pelas usinas de Salto Santiago e Salto Osório. “Mas, 90% desse lucro é enviado para fora do país”, critica.

Em 1998, ocorreu a privatização do parque de geração de energia do sul, comprada pela empresa Gerasul (Tractebel) por R$886 milhões. Hoje, segundo Mecca, o valor do parque está na casa dos R$ 13 bilhões

Salto Santiago

É a segunda vez no ano que a UHE de Salto Santiago é ocupada por trabalhadores rurais. Eles também protestam contra lei que impede agricultores de viverem a menos de cem metros da mata ciliar no entorno do lago da barragem. Os manifestantes exigem uma rodada de negociações com o governo para resolver os problemas dos atingidos pela barragem.