Trabalhadores protestam em empresa da Bunge e Cargill

Cerca de 500 camponeses da Via Campesina e do Comitê em Defesa dos Pequenos Agricultores, realizaram na manhã de hoje (11/07), protesto em frente a unidade de industrialização da transnacional de agroquímicos Bunge e Cargill, em Ponta Grossa, no Paraná.

Os trabalhadores cobram do governo federal a reestatização da empresa Ultrafértil/Fosfértil, privatizada há 15 anos, que está sob o controle da Bunge; a quebra do controle das transnacionais sobre os alimentos e fertilizantes, e uma política eficaz de financiamentos para os camponeses e a agricultura familiar.

A partir das 14h, os agricultores participaram de uma Audiência Pública, na Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, onde foi debatido os 15 anos de privatização da Ultrafértil/Fosfértil e realizado um balanço sobre a privatização das empresas de adubos.

A privatização da empresa Ultrafértil/Fosfértil, sob controle da transnacional de agroquímicos Bunge, aconteceu em 1993 e revelou-se um fracasso. Hoje a Bunge controla 52% da produção de fertilizantes no Brasil. Juntas, Bunge, Yara e Mosaic são responsáveis por 98% do setor. Nas mãos das transnacionais, o controle da produção e distribuição dos fertilizantes aumenta o preço dos alimentos básicos, o que no início de 2008 incendiou protestos nos cinco continentes.

Em 2007, a Ultrafértil aumentou o lucro em 93%, ferindo a legislação trabalhista. As práticas da Bunge se somam à perseguição de transnacionais como Syngenta, Aracruz, e Vale sobre os trabalhadores.

Os Camponeses também protestam contra o avanço do agronegócio e a crise dos alimentos, e defendem a construção de outro modelo de a*grícola, baseado na agricultura camponesa, na reforma agrária e distribuição de renda. Com um sistema de produção agroecológico, que assegure a produção de alimentos e a soberania alimentar.