Ato em SP discute criminalização de movimentos sociais

Da Radioagência NP

Cerca de 800 integrantes de movimentos sociais e entidades civis se reuniram nesta quarta-feira (16/07) num ato contra a criminalização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O encontro realizado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) em São Paulo debateu o recente relatório divulgado pelo Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul que pede a dissolução do MST. O documento que pode vir a guiar a atuação do órgão trata as ações do movimento no RS como uma ameaça à segurança nacional.

Sindicalistas, estudantes, políticos e militantes enumeraram os vários casos que denunciam um processo de criminalização das camadas mais pobres do país, do qual o MST é mais uma vítima.

Para membro da direção nacional do MST, Gilmar Mauro, o Brasil vive uma lógica de desenvolvimento baseada no agronegócio e incentivo ao capital financeiro internacional, que tem se mostrado insustentável. As classes mais pobres começam a reagir contra este modelo e, por isso, são criminalizadas.

“Eu acho que nós estamos vivendo uma fase em que a burguesia e a classe dominante se antecipa e antevê crises e por essa razão o combate ao movimentos sociais e a criminalização da pobreza, em conjunto com a veiculação de um discurso na sociedade que vai nesse mesmo sentido, e que é parte de uma estratégia política.”

O MST hoje é o principal questionador da influência das transnacionais no domínio da agricultura brasileira, através da compra de terras e incentivo a monocultura. Hoje essas empresas possuem forte influência no governo do RS e, segundo Gilmar, isso explica a criminalização do movimento.

Ele afirma ainda que é papel do MST buscar o diálogo com a sociedade de modo a conseguir apoio e mostrar as contradições hoje existentes na sociedade brasileira.