Marcha dos Sem Terra no RS chega a Canoas

Os 600 trabalhadores e trabalhadoras rurais que iniciaram na terça-feira (22/07) a Marcha Estadual por Reforma Agrária já chegaram a Canoas. Durante esta quarta-feira, os Sem Terra realizam panfletagens e discussões com a comunidade local. Eles marcham rumo à sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Porto Alegre.

A Marcha pretende cobrar o cumprimento do Termo de Ajuste de Conduta assinado pelo órgão e pelo Ministério Público Federal, há oito meses, no encerramento da Marcha à Fazenda Guerra. Pelo acordo, o Governo Federal se comprometia em assentar mil famílias até abril passado e outras mil famílias até o final deste ano. Até o momento, menos de 40 famílias de agricultores foram assentadas no período.

“Se estas 2 mil famílias estivessem assentadas e produzindo, o trabalhador urbano não estaria enfrentando os altos preços dos alimentos”, explica Ana Santos, da coordenação estadual do MST. “ O agronegócio só produz monocultura de eucalipto e soja para combustíveis, enquanto os assentados e a agricultura familiar produzem alimentos e abastecem as cidades”. Os trabalhadores exigem a desapropriação das fazendas Guerra, Southall e a Granja Nenê para o cumprimento da meta de 2 mil famílias.

Além da inoperância do Incra, a Marcha pretende denunciar a criminalização dos movimentos sociais pela Governadora Yeda Crusius, que utiliza métodos violentos da Brigada Militar para defender os interesses de empresas estrangeiras como a Stora Enso, ilegalmente instalada na faixa de fronteira, ao mesmo tempo em que não apresenta qualquer política para reforma agrária e para pequena agricultura.

Marcha Estadual por Reforma Agrária – Rio Grande do Sul – Jul/08 (Coletivo Catarse)