Trabalhadores encerram vigília em defesa do petróleo

Trabalhadores de várias categorias encerraram uma vigília em defesa do petróleo e gás, que começou na terça-feira (16/9). A vigília se estendeu por quatro dias.

“Cumprimos o objetivo de denunciar, de acumular forças e construir um projeto que atenda aos interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro. Esses quatro dias serviram, também, como laboratório para nossas grandes lutas em defesa da Petrobrás 100% estatal e do monopólio”, diz manifesto dos participantes da vigília.

A manifestação é organizada por várias entidades: Sindipetro-RJ, MST, as centrais sindicais CUT, Conlutas e Intersindical, Fist (Frente Internacionalista dos Sem Teto), Aepet (Associação de Engenheiros da Petrobrás), Sindicato dos Engenheiros, dentre algumas dezenas de associações, sindicatos e movimentos sociais que e reúnem em torno do Fórum Nacional contra a Privatização do Petróleo e Gás.

Durante a vigília, foram realizadas atividades culturais, como teatro, sessões de cinema, oficinas de artesanato indígena, reciclagem de materiais, shows musicais, debates.

Abaixo, leia a carta de encerramento da vigília.

MANIFESTO DE ENCERRAMENTO DA VIGÍLIA

Nesta sexta-feira, dia 19 de setembro, estamos encerrando nossa Vigília, em seu quarto dia. Chegamos aqui na terça-feira, 16, quando realizamos uma manifestação em conjunto com os servidores em luta, que protagonizaram uma bela passeata e o abraço à Petrobras. A chuva, e outras dificuldades não impediram que levantássemos nossas bandeiras e alcançássemos nossos objetivos.

Esta luta, que estamos só iniciando, é gigantesca. Os interesses que estão em jogo são monstruosos. Os mesmos que levaram nosso ouro e tantas de nossas riquezas estão de olho, como verdadeiros abutres, em nosso petróleo. Estão trabalhando noite e dia, para viabilizar seu projeto.

Com essa Vigília, cumprimos o objetivo de denunciar, de acumular forças e construir um projeto que atenda aos interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro. Esses quatro dias serviram, também, como laboratório para nossas grandes lutas em defesa da Petrobrás 100% estatal e do monopólio. Podemos também dizer, em alto e bom som, que essa riqueza que reside em nosso subsolo e o acúmulo científico e tecnológico que detemos, devem servir para melhorar a vida de nosso povo.

Nesse verdadeiro laboratório social e político – ou escola de luta – aprendemos a trabalhar nossas diferenças e a desenvolver nossa tolerância, nossa capacidade de organização e a nos conhecermos melhor. Tivemos oficinas, apresentação teatral, música, palestras, debates, distribuímos farto material, fomos visitados por diversas pessoas que se sensibilizaram com essa luta.

O carinho e a solidariedade, que desejamos ser parte dessa caminhada, foram fundamentais para superar as dificuldades. O trabalho em equipe e a democratização das decisões contribuíram para o sucesso deste acampamento, que aqui se encerra.

Lamentamos algumas ausências, mas continuaremos de braços abertos, trabalhando para o crescimento desse movimento. Agradecemos, de coração, a todos os que contribuíram e às entidades: Sindipetro-RJ, MST, FNP, Aepet, Conlutas, CUT, FUP, FIST e Intersindical.

Novos passos serão dados, na certeza de que seremos vitoriosos, de fazer o governo Lula cancelar os leilões e rever o Marco Regulatório do Petróleo. Temos também que rever as áreas já entregues às multinacionais e fortalecer a Petrobrás. Estamos certos de que o Fórum contra a Privatização do Petróleo e Gás continuará a crescer, ganhando cada vez mais força.

Nacionalistas, socialistas, anarquistas, sindicalistas,movimentos sociais, estudantes, artistas, donas de casa, povo brasileiro: corramos, é chegada a hora de unirmos nossas forças e nossos corações contra a entrega das riquezas da nação aos oligopólios do petróleo e gás e para que essa imensa riqueza sirva ao povo brasileiro! O Petróleo tem que ser nosso!