Tensão no campo se agrava no Maranhão
Esta situação se passa principalmente na parte sul do estado, onde o agronegócio vem tentando se consolidar. Na região, três acampamentos do MST passam por condições difíceis devido às ameaças de despejos forçados por parte de pistoleiros organizados pelos latifundiários da região.
A coordenação estadual do MST na Maranhão alerta que os fazendeiros começam a articular milícias armadas, para impor o terror sobre os acampados.
Na sexta-feira passada (26/9), no município de Sumaúma, o acampamento 25 de Julho foi alvo de um ataque destas milícias. Cerca de 30 pistoleiros armados cercaram o acampamento e mantiveram um tiroteio durante quase 30 minutos, ninguém foi ferido. Porém, o sinal do risco de um massacre ficou bem visível: as marcas dos tiros ficaram espalhadas pelos barracos dos acampados.
Na cidade de Senador La Roque o risco de conflito é ainda maior. O Acampamento Roseli Nunes, que possui já conquistou o decreto de desapropriação da área, enfrenta a resistência do proprietário que se recusa a deixar a fazenda. Desde o início do ano, um grupo de 40 homens se mantém mobilizado percorrendo o acampamento e prometendo a morte das lideranças locais. Estes homens já teriam inclusive noticiado a data da emboscada: o dia 5 de outubro, momento em o movimento de chegada e saída do acampamento será mais intenso, por conta das Eleições Municipais.
Assim segue o clima em outros acampamentos da região. Curiosamente, todas as áreas em conflito são terras da União que foram griladas nos últimos 30 anos. Os casos já foram denunciados ao Ministério Público, porém até o momento nenhuma providencia foi tomada.