PF apresenta apreensões feitas em empresas de segurança
A Polícia Federal (PF) de Cascavel apresentou na semana passada um balanço sobre a repressão às empresas de segurança privada que agiam clandestinamente na região. Armas, munição, cacetetes, giroflex, aparelhos de choque e uniformes foram encontrados nos estabelecimentos e apreendidos pelos policiais.
Entre os estabelecimentos fichados pela polícia está a empresa N.F. Segurança que exatamente há um ano foi responsável pelo assassinato do Sem Terra Valmir Mota de Oliveira, o Keno, enquanto prestava serviços de segurança à transnacional Syngenta Seeds.
Segundo o delegado, os proprietários foram autuados para fechar imediatamente o estabelecimento, tendo em vista que todos os prazos de adequações expiraram. “Esta foi apenas uma das empresas que passaram pela mesma situação. Não temos nada específico contra ela, mas é que demos os prazos e eles não cumpriram”, esclareceu.
De acordo com o agente da PF, Pedro Paulo Augusto de Oliveira, o ideal é que antes de contratar uma empresa de segurança, o cliente consulte a PF para saber se o local está amparado em lei para funcionar. “Nós somos os responsáveis por fiscalizar esse mercado, então aqui temos os cadastros de todos os estabelecimentos regulares e
irregulares”, ressaltou.
A Polícia Federal estima que somados os municípios de abrangência da Delegacia da região de Cascavel e Toledo, aproximadamente 40 empresas de segurança estejam trabalhando ilegalmente.
Para o delegado chefe da PF de Cascavel, Algacir Mikalovski, a repressão é uma forma de apertar o cerco contra a clandestinidade e obrigar as empresas da área de segurança a se adequarem. “Estamos fazendo isso principalmente pelo fato de existirem na região, vários grupos de milícias armadas. Ninguém pode sair por aí com revólver, cacetete, giroflex e cobrar pela segurança da
sociedade sem o nosso conhecimento. É crime. Mesmo porque essas pessoas primeiro intimidam os moradores para depois cobrar pelo serviço. Por isso fizemos uma grande fiscalização e apreendemos o que estava irregular. Para funcionar tem que estar na legalidade”, reafirmou.
Questionado sobre as apreensões, Mikalovski reforçou que alguns itens são de uso exclusivo da polícia e por isso foram confiscados, como o caso do giroflex, algemas e aparelhos de choque.
Antes de encerrar a coletiva, o delegado ressaltou a importância das denúncias que ajudam a polícia a coibir este tipo de prática. “A sociedade pode contribuir com o nosso trabalho e denunciar. Não precisa se identificar, mas qualquer informação que tenha procedência é bem vinda”,
finalizou.
(Com informações da Central Gazeta de Notícias)