A luta dos Sem Terrinha pelo direito à educação
Apesar de toda a luta realizada pela conquista de assentamentos na Grande São Paulo, nenhum deles conta com escolas para suas crianças, jovens e adultos. Essa condição cria situações como a enfrentada por crianças da Comuna da Terra Dom Tomás Balduíno.Todos os dias elas tem de levantar às 5h da manhã para chegarem à escola às 7h. Demoram mais de 40 minutos por viagem todos os dias, ida e volta.
O bairro dos bandeirantes, onde se localiza a escola Vereador Luiz Alexandre, no município de Franco da Rocha, conta com um alto índice de violência que alcança também os muros escolares. Frequentemente as crianças e adolescentes do assentamento denunciam o convívio com uso de drogas, utilização de armas e bebidas no período escolar.
O transporte escolar é outro fator que constantemente é motivo de reclamações. Isso porque o microônibus que faz o transporte circula com um número de crianças muito superior a capacidade do veículo. Durante o trajeto até a escola, o microônibus apanha crianças dos assentamentos, Fazenda São Roque, alguns sítios vizinhos e também das imediações da escola do Bairro Sete Voltas. Ou seja, muitas são as crianças que correm perigo para conseguirem estudar.
As crianças dos assentamentos, assim como a grande maioria das crianças do campo não têm assegurado o direito à educação, desde a educação infantil ao ensino médio.
A construção de escolas nos assentamentos não é prioridade para os governos municipais, que preferem não atender as demandas das comunidades rurais, privilegiando a implementação de escolas em outros bairros que favoreçam as empresas que prestam o serviço de transporte escolar.
A construção da escola do assentamento Dom Tomás Balduíno já consta no plano trienal de 2005 e mesmo assim não foi implementada; ressaltamos que o currículo escolar deve estar voltado para as especificidades do educando e do educador e o projeto pedagógico da escola deve considerar a luta, o trabalho e a cultura dos sujeitos sociais que vivem no campo.
Exigimos que nenhuma escola seja fechada e denunciamos que em Franco da Rocha, a Escola Adamastor Batista esta prestes a ser fechada, reivindicamos a abertura de novas escolas na região e a garantia dos direitos a educação das comunidades do campo.