Deputados buscarão no MPE soluções para as Escolas Itinerantes
Do PTSul
A Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa intermediará uma audiência entre o Ministério Público Estadual, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e o governo do estado para resolver os problemas das sete escolas itinerantes dos acampamentos do MST. O anúncio foi feito pela presidente do órgão técnico, deputada Marisa Formolo (PT), na manhã desta terça-feira (25/11), ao final da audiência pública que tratou do tema, no Plenarinho do Parlamento Estadual. “O direito à educação é constitucional. Há uma política no RS para não garantir direitos iguais a todos”.
O MST denuncia o descaso do governo estadual com as escolas itinerantes. Presente à reunião, Ivonete Tonin (Nina), da direção do Movimento, relatou o atraso dos salários dos professores, a falta de material didático, de carteiras, de cadeiras, de lona e de merenda escolar. Além disso, criticou a ausência de diálogo do governo Yeda Crusius e reivindicou cursos de formação pedagógica para os professores. “Há uma tentativa de acabar com as escolas itinerantes e por fim ao MST”, alertou Nina, acrescentando: “não dá para separar a luta pela terra da escolarização”.
Para o deputado Dionilso Marcon (PT), há uma disputa de classes no Rio Grande do Sul que precisa ser enfrentada com a unificação de todos os trabalhadores. “Nada funcionada no Estado quando é para beneficiar os mais pobres”. Por sua vez, o deputado federal Adão Pretto (PT) entende que reforma agrária também é direito à saúde e à educação. “Muitas autoridades começaram a virar as costas para nós por compreender que o saber é privilégio apenas da burguesia”.
As escolas
As escolas itinerantes existem há 12 anos e atendem da primeira à quinta etapas. Atualmente, abrigam 450 crianças e adolescentes. Os professores são do próprio MST e a pedagogia contempla a realidade dos alunos. A direção do MST também denuncia as constantes agressões da Brigada Militar. Conforme documento entregue aos deputados, a cada despejo os soldados jogam fora a merenda, os livros e destroem os registros diários dos professores. No início da audiência, os integrantes do Movimento exibiram um vídeo mostrando as precárias condições das escolas com depoimentos de professores. Além de deputados e representantes do MST, o Cpers-sindicato também participou da reunião.