Daniel Dantas é o maior desvastador de florestas do Pará
O banqueiro Daniel Dantas – dono do Banco Opportunity e preso em julho do ano passado pela Polícia Federal, devido a crimes financeiros e desvio de verbas públicas – é o maior devastador da Floresta Amazônica do estado do Pará. A informação vem do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) com quem Dantas acumula uma dívida superior a R$ 12 milhões. Segundo o órgão, as autuações são referentes aos crimes de desmatamento e quebra de embargo cometidos pela empresa Agropecuária Santa Bárbara, propriedade do banqueiro que abrange seis municípios do estado e engloba 15 fazendas na região.
A informação, fornecida por um fiscal do Ibama responsável pela operação que autuou a propriedade do banqueiro, revela também que a empresa, localizada no sul do Pará possui em seu raio de ação os municípios de Eldorado dos Carajás, Redenção, Parauapebas, Marabá, São Félix do Xingu e Santana do Araguaia.
Ao menos três dos seis municípios onde a Agropecuária Santa Bárbara atua no Pará constam na lista negra de municípios que mais derrubaram a floresta amazônica nos últimos anos, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente no início do ano passado. Eldorado dos Carajás, Redenção, Parauapebas, Marabá, São Félix do Xingu e Santana do Araguaia estão no sudeste do Pará, área onde a floresta foi mais castigada. Não à toa, a região está no chamado ‘arco do desmatamento’, que inclui partes de Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas.
Segundo declarado por Carlos Rodenburg, presidente da Agropecuária Santa Bárbara e cunhado do banqueiro, em entrevista publicada no jornal Valor Econômico, em janeiro de 2008, “as terras da Santa Bárbara abrangem cerca de 510 mil hectares – 210 mil de pastagens e 300 mil de reservas -, pouco mais de três vezes o tamanho do município de São Paulo”.
À época Rodenburg declarou que a ‘Santa Bárbara’ possuía 500 mil cabeças de gado, entretanto especula-se hoje que o número de animais de Dantas tenha ultrapassado a marca de 1 milhão. “Algo sem paralelo no mundo”, segundo o pecuarista José Vicente Ferraz, da consultoria Agra FNP. O possível aumento do rebanho significaria também um aumento da área ocupada pela propriedade, porém o Ibama não confirma essa informação.
As informações são do Portal Eco Debate