Meneghel é condenado a regime semi-aberto
Terminou no início da noite da última quinta-feira (12/3), no Fórum de Toledo, o julgamento do presidente da SRO (Sociedade Rural do Oeste do Paraná), Alessandro Meneghel, que foi condenado a cinco anos de prisão em regime semi-aberto por porte ilegal de arma de fogo.
Para o Presidente do PCdoB de Cascavel, Paulo Porto, a condenação do presidente da SRO, por porte ilegal de arma tem um significado especial, que vai além da simples condenação, principalmente neste momento em que a grande mídia e parte do poder judiciário, em particular no Rio Grande do Sul vêm criminalizando o MST. “Para os movimentos sociais locais, principalmente de Cascavel, esta ação poderá ajudar a refrear a escalada da violência que desde 2006 vem acontecendo na região, por meio de retomadas de terra a margem da lei, ameaças e incursões de grupos paramilitares junto á acampamentos de sem-terra”, denuncia.
Meneghel está preso desde o dia 02 de janeiro por porte ilegal de arma de fogo, além de responder por crime de corrupção ativa, pois os policiais alegaram que ele tentou suborná-los, no momento da prisão. No entanto, em relação a esta acusação ele foi absolvido.
A sentença cabe recurso e os advogados já entraram com pedido de habeas corpus para que ele possa responder em liberdade.
Após todos os pedidos de Habeas Corpus (HC) do ruralista terem sido negados pelo Tribunal de Justiça, e Superior Tribunal de Justiça, em fevereiro seus advogados recorreram ao Supremo Tribunal Federal, que também emitiu parecer contrário a liberdade provisória, por três vezes seguidas. De acordo com a decisão do HC 97606, Alessandro Meneghel “embora primário, possui três feitos em andamento e inúmeros feitos arquivados, o que, no mínimo, demonstra ser pessoa voltada para a prática de ilícitos”.
A fama de Meneghel
Alessandro Meneghel se destaca na região Oeste do Paraná pelas constantes ameaças aos movimentos sociais e aos camponeses. Ao criar o MPR (Movimento do Produtor Rural), e articular fazendeiros para contratação de milícias privadas e de empresas de segurança que atuavam como tal. O próprio Ministério Público de Cascavel denunciou Meneghel e o proprietário da empresa de segurança NF como chefes de quadrilhas, quando eles “passaram a recrutar homens para trabalharem como seguranças (capangas) para o bando, fornecendo-lhes armas de foto (…) formando assim uma verdadeira milícia fortemente armada (…)”. A milícia foi responsável por vários ataques aos movimentos sociais, incluindo ao que ocorreu na estação experimental da Syngenta Seeds em 2007, que terminou na morte de duas pessoas, entre elas o trabalhador Sem Terra Keno (Valmir Mota de Oliveira). Em maio do ano seguinte, Meneghel declarou numa reunião com a Polícia Militar de Cascavel que “estou avisando. Não morreu ninguém, mas vai morrer” (jornal O Paraná), referindo-se a utilização do “Caveirão do Agronegócio” pela milícia contratada.
Com informações de Luana Monteiro (CGN)