Integrantes do MAB são soltos após 44 dias de prisão
Após 44 dias de prisão, os quatros integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) foram soltos no Pará, nesta terça-feira (9/6). Os trabalhadores estavam presos em razão de um protesto, feito no dia 26 de abril, na Usina Hidrelétrica de Tucuruí, localizada a 400 km de Belém, capital paraense. Eles são contra a construção de mais um canal no rio Tocantins, que faz parte das obras realizadas pela hidrelétrica.
A decisão demorou um mês e dois dias para sair. Segundo o MAB, o tempo de julgamento dos habeas corpus foi muito longo. Para o Movimento, a perseguição política foi o que motivou as prisões de Esmael Rodrigues Siqueira, Roquevan Alves Silva, Maria Edna Almeida Moreira e Odecio Monteiro Silva.
Nesta quarta-feira (10/6), acontece uma recepção aos libertos, organizada por entidades que compõe a Campanha Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais no Pará.
Este povo luta há mais de 25 anos por seus direitos. As barragens de Tucuruí foram construídas durante o período da ditadura militar e geraram impactos sociais e ambientais e persistem até hoje.
Desde então, a energia gerada pela hidrelétrica serve para atender pricipalmente às demandas de grandes empresas, que extraem minerais do solo brasileiro para exportação e tem para isto a energia subsidiada. É deste modo que todo povo brasileiro que pagou para fazer a obra agora paga para que as empresas multinacionais (Vale e Alcoa) ganhem muito dinheiro retirando os minérios do país e recebendo energia ao preço de R$ 0,05 por kW/h/mês. Em contrapartida, muitas famílias em Tucuruí se quer têm luz e, mesmo assim, têm de pagar até dez vezes mais, quase R$ 0,50 pelo mesmo kW/h/mês.