Depois de muita luta, muitas conquistas no Ceará
Após serem recebidos pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, os 600 trabalhadores Sem Terra que cobravam uma solução para as perdas da última safra e créditos para infra-estrutrura dos assentamentos do Ceará desocuparam, nesta quarta-feira (17/06), a sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) em Fortaleza, ocupada havia 11 dias.
Na audiência, realizada com uma comissão do MST durante a tarde desta quarta, a ministra se comprometeu a encaminhar ao Presidente Lula a pauta dos trabalhadores, que reivindicaram uma linha de crédito produtivo de R$ 3 mil para 6.493 famílias, para ser usado em ações de convivência com o semi-árido, e em conseqüência dos prejuízos deixados pelas chuvas nos assentamentos. Os Sem Terra também cobraram da ministra agilidade na realização da reforma agrária.
Na terça-feira (16/06), os agricultores foram recebidos pelo governador do estado, Cid Gomes, que assegurou o envio, até o dia 20/6, dos laudos de liberação do Garantia Safra aos municípios mais afetados pelas enchentes e os dos demais, até o dia 30/6. Segundo a integrante da coordenação do MST, Maria de Jesus dos Santos, nos assentamentos estaduais, 264 casas foram danificadas; oito açudes foram arrombados; seis precisam ser construídos; 280 km de estradas de acesso têm de ser refeitas, incluindo 18 passagens molhadas. Nos federais, há 193 casas danificadas; 61 açudes precisando de recuperação; 18 de construção; 885km de vias a recuperar, inclusive 85 passagens molhadas. O governo se comprometeu a destinar terras devolutas que
para a reforma agrária, o que irá beneficiar mais de 150 famílias, a aumentar do número de famílias assentadas atendidas por programas de assistência técnica e a reformar, de imediato, 35 açudes em assentamentos.
Outra grande conquista dos trabalhadores foi a definição de que a Universidade Estadual do Ceará (UECE) realizará a complementação das disciplinas necessárias para a revalidação dos diplomas dos médicos do MST formados em Cuba, com o compromisso de os mesmos trabalharem em Programas de Saúde da Família diante da necessidade de médicos que tem o estado do Ceará.
