Sem Terra mantém ocupação do Incra no Maranhão

Neste sábado (20/6) a ocupação da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Imperatriz, no Maranhão, completará um mês.

A mobilização teve início após o despejo das 150 famílias do acampamento Salete Moreno, que desde julho de 2008 ocupavam a fazenda Arizona, em Ribamar Fiquene, na região sul do estado.

Com quase trinta dias de ocupação, o órrgão mantém sua postura de inoperância quanto à realização de processos de vistorias que apressem as desapropriações de terras. Segundo a coordenação do MST na região, “há cerca de mil famílias acampadas e sem nenhuma perspectiva de serem assentadas”.

Diante desse quadro, o MST resolveu manter e massificar a ocupação da sede do órgão, com a participação de trabalhadores de outros acampamentos, até se ter avanços nas vistorias das áreas solicitadas.

Acampados pressionam há 12 anos pela desapropriação de área no Maranhão

Há 12 anos acampados, as cercas de 80 famílias de trabalhadores Sem Terra do acampamento Lote 7 também denunciam a descompromisso do Incra em fazer a Reforma Agrária.

O acampamento é um marco de resistência da luta dos Sem Terra no Maranhão e soma-se às famílias que ocupam a sede do Incra na cidade de Imperatriz. Os acampados lutam pela desapropriação da fazenda Lote 7, em Lajeado Novo, sul do estado.

A terra, que já deveria servir à Reforma Agrária, passou por uma vistoria em 2007. Porém, por negligência do Incra, que não publicou o processo em editais, assessores jurídicos do latifúndio conseguiram anular a vistoria. Agora, acampados por tempo indeterminado no Incra, os trabalhadores exigem novas vistorias. Os representantes do órgão se comprometeram em 30 dias realizarem a vistoria na Lote 7.

Durante todo este tempo acampados as famílias resistiram com o cultivo da terra, hoje alguns já tem casas construídas, já há escolas no local e muitas plantações garantem a sustentabilidade dos trabalhadores, que produzem muitas frutas como laranja e banana.

Mais um acampamento despejado no Maranhão

Há dois anos acampados na fazenda Lajeadinho e São João do Paraíso, 180 famílias do acampamento Irmã Doraty foram despejadas no último fim de semana. É o segundo despejo em menos de 20 dias no estado.

As famílias também se somam à ocupação da sede do Incra. Assim, já são quatro acampamentos que participam da ocupação do órgão e, segundo dirigentes do MST, a ocupação permanecerá por tempo indeterminado e outros trabalhadores se somarão.

A situação dos trabalhadores acampados no estado é preocupante, pois para a coordenação do MST, não há interesse por parte do Governo do Estado em manter diálogo com as comunidades das áreas em conflito, favorecendo assim os latifundiários com suas liminares.

Dos 15 acampamentos ainda não despejados no estado 11 estão com liminar de despejo, são cerca de 1500 famílias que podem ir para as beiras de estradas.