Empresa HCR impede assentamento de famílias Sem Terra
Famílias estão sendo impedidas de se fixarem no assentamento “Terra Conquistada”, localizado no município de Taió, em Santa Catarina (SC). A terra foi garantida na última quarta-feira (24), pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No entanto, para chegar à área, é preciso passar por uma estrada privatizada que está em nome da empresa de papel e celulose HCR. Para passar pela estrada, os trabalhadores são obrigados a se identificar aos capangas da HCR.
O coordenador estadual do MST, Altair Lavratti, teme pela vida dos assentados.
Famílias estão sendo impedidas de se fixarem no assentamento “Terra Conquistada”, localizado no município de Taió, em Santa Catarina (SC). A terra foi garantida na última quarta-feira (24), pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No entanto, para chegar à área, é preciso passar por uma estrada privatizada que está em nome da empresa de papel e celulose HCR. Para passar pela estrada, os trabalhadores são obrigados a se identificar aos capangas da HCR.
O coordenador estadual do MST, Altair Lavratti, teme pela vida dos assentados.
“O MST ainda não entrou na área por conta da precaução em relação ao risco de morte das pessoas. [Estamos tentado] garantir que as famílias não sejam violentadas e nem assassinadas. Queremos garantir o acesso para elas entrarem e saírem quando quiserem, sem precisar apresentar identidade a nenhum funcionário”.
Depois da primeira tentativa de ocupação da área pelo MST, a empresa pediu a privatização da estrada alegando proteção. A juíza federal do município de Rio do Sul, Camila Plentz, acatou o pedido. A área foi destinada à reforma agrária em janeiro de 2008 – por decreto assinado pela Presidência da República.
O Incra solicitou ao município de Taió a abertura de uma via municipal, para as famílias terem acesso ao assentamento. Até que não fique pronta, as 40 famílias aguardam no assentamento 25 de Maio, no município de Santa Terezinha, a setenta quilômetros de Taió.
Sem Terra sofrem com a intimidação da polícia
No final de janeiro de 2008, integrantes do MST realizaram uma ocupação na fazenda Mato Queimado, em Taió (Santa Catarina), após a imissão do decreto de desapropriação da terra. O proprietário da área reagiu de forma violenta, com forte esquema de segurança armada particular e com o acompanhamento da Polícia Militar do município.
Visando resolver a questão, os Sem Terra denunciaram o ocorrido na fazenda, ainda quando da primeira ação das famílias Sem Terra naquela área. No dia 7 de fevereiro de 2008, houve uma audiência de conciliação, presidida pelo juiz do município, com a presença de representante do Ministério Público, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), MST, fazendeiro e outras autoridades, para decidir os rumos das famílias Sem Terra que, conforme relatos, foram humilhadas e desrespeitadas pela polícia na ocasião.
No entanto, no dia 6 de maio, Taió foi novamente palco de ação de desrespeito aos direitos humanos, de repressão policial e de demonstração de violência dos fazendeiros, por meio da pressão de seguranças privados fortemente armados. Nesta data, representantes do Incra e da Polícia Federal tinham como objetivo entregar um pedido de imissão de posse ao dono da fazenda Mato Queimado.
A Polícia Militar montou uma barreira em frente à propriedade, buscando impedir possíveis atos por parte dos Sem Terra. A alegação era de proteger as famílias prevendo um confronto. Dentro da propriedade, se encontrava um pelotão particular fortemente armado e comandado pelo fazendeiro. Os servidores do Incra, o Oficial de Justiça e dois Policiais Federais acabaram desistindo da vistoria da área, devido ao alto grau de ameaças.
No mesmo dia, a cinco quilômetros da cidade de Taió, um ônibus que conduzia mulheres, homens, jovens e crianças do MST, além de um caminhão com os pertences destas famílias, foram abordados por policiais em quatro viaturas. Após revista, ferramentas de trabalho foram apreendidas. O comando da polícia ainda entrou com uma denuncia junto ao Conselho Tutelar de que haviam crianças sendo maltratadas entre os Sem Terra, para assim ter mais uma ferramenta de intimidação.
Este fato foi relatado no dia 24 de abril de 2009 em reunião com entidades recebidas pelo Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel Eliesio Rodrigues, no quartel general da Polícia Militar. A fim de denunciar os atos do proprietário da área e da polícia do município de Taió, os Sem Terra marcharão nos próximos dias rumo à área da fazenda Mato Queimado. O objetivo dessa ação é não ceder às ameaças, além de buscar o rompimento com o latifúndio da terra, que não permite o desenvolvimento da vida no campo com dignidade.
(Com Informações da Radiagência NP)