Sem Terra seguem mobilizados em Alagoas

Depois da audiência em Brasília com um grupo interministerial para tratar da pauta da Reforma Agrária, o MST intensificou as ações de luta por todo o país. Decepcionados com a falta de compromisso do governo com a agenda agrária, os agricultores ocuparam nesta manhã a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a delegacia regional do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) em Maceió e o Fórum de Justiça de Atalaia.

Depois da audiência em Brasília com um grupo interministerial para tratar da pauta da Reforma Agrária, o MST intensificou as ações de luta por todo o país. Decepcionados com a falta de compromisso do governo com a agenda agrária, os agricultores ocuparam nesta manhã a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a delegacia regional do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) em Maceió e o Fórum de Justiça de Atalaia.

“Eles receberam a pauta como se fosse algo novo, quando a mesma pauta já havia gerado um compromisso por parte do Governo, há anos atrás”, reclamou Marina dos Santos, membro da Direção Nacional do MST que participou do início das negociações. O movimento social está em luta em todo o país exigindo o assentamento de 90 mil famílias acampadas em assentamentos do MST, até o fim do ano, a liberação do orçamento previsto para a Reforma Agrária e a alteração imediata dos índices de produtividade, que determinam se uma terra é improdutiva e passível de desapropriação.

Em Atalaia, são 150 agricultores ocupando o Fórum de Justiça, denunciando o papel conservador que este poder cumpre na manutenção do latifúndio e do poder dos coronéis. “É uma instituição que está intimamente ligada à manutenção do poder das elites locais, que são os mesmos proprietários de grandes extensões de terra”, argumenta Débora Nunes da Direção Nacional do MST. Em Maceió, a pressão ocorre em dois pontos centrais no desenvolvimento da Reforma Agrária, o ministério e o instituto nacional responsáveis pela política.

Desde o início da semana, ações semelhantes ocorrem por todo o país numa jornada de lutas que pretende acelerar a política agrária. Em Murici, foram ocupadas duas áreas arrendadas à usina Santa Clotilde, Aruá e Ceridó, onde foram libertados em 2008, 401 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Amanhã às 8h da manhã, a Via Campesina, articulação que aglomera diversos movimentos sociais do campo, está organizando uma passeata na cidade de Delmiro Golveia para denunciar as obras do Canal do Sertão.