Suplicy lê manifesto em defesa do MST no Senado
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) fez a leitura no plenário do Congresso Nacional do Manifesto em Defesa da Democracia e do MST (ouça a leitura no arquivo anexo), que foi entregue ao presidente do Senado, José Sarney, por senadores, deputados e representantes de entidades da sociedade civil, nesta terça-feira (29/9). O manifesto, que recebeu mais de 4000 assinaturas, foi lançado por intelectuais, escritores, artistas, partidos, entidades nacionais e internacionais, na semana passada.
Um pedido de CPI contra o MST foi protocolado pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), líderes da bancada ruralista no Congresso Nacional. O manifesto avalia que essa iniciativa é uma represália à bandeira da atualização dos índices de produtividade.
“É por essa razão que se arma, hoje, uma nova ofensiva dos setores mais conservadores da sociedade contra o Movimento dos Sem Terra – seja no Congresso Nacional, seja nos monopólios de comunicação, seja nos lobbies de pressão em todas as esferas de Poder”, afirma o manifesto.
O presidente do Senado disse, ao receber o documento, que os brasileiros precisam fazer uma reflexão sobre os problemas do campo. “Não fomos capazes de superar a imensa injustiça existente no campo”, admitiu Sarney.
Estiveram presentes à entrega do manifesto, no gabinete da presidência do Senado, os senadores João Pedro (PT-AM), Fátima Cleide (PT-RO), Serys Slhessarenko (PT-MT) e José Nery (PSOL-PA), a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), o escritor Hamilton Pereira (com pseudônimo Pedro Tierra) e Zaré Brum Soares, assessor da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o bispo emérito de Goiás dom Tomás Balduíno e o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas.
Manifesto
O manifesto surgiu a partir da iniciativa do presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária), Plínio de Arruda Sampaio, do coordenador do Núcleo Agrário do PT e ex-presidente do Incra, Osvaldo Russo, dos escritores Hamilton Pereira e Alípio Freire e da socióloga Heloisa Fernandes, que escreveram o texto e contribuíram no levantamento de assinaturas.
O documento foi assinado pelo crítico literário Antônio Cândido, o filósofo Leandro Konder, o escritor Fernando Morais, o fotógrafo Sebastião Salgado e os juristas Fábio Konder Comparato, Jacques Alfonsin e Nilo Batista. Do exterior, aderiram os intelectuais Noam Chomsky (EUA), Eduardo Galeano (Uruguai), István Mészáros (Hungria), Immanuel Wallerstein (EUA) Miguel Urbano (Portugal), Vandana Shiva (Índia), Slavoj Zizek (Eslovênia), Tariq Ali (Reino Unido/Paquistão).
Dirigentes das entidades da sociedade e dos partidos de esquerda também assinaram o manifesto, como CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Conlutas, Força Sindical, Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), UNE (União Nacional dos Estudantes), ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Marcha Mundial das Mulheres, Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores), CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais), Abong (Associação Brasileira de ONGs), Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) e Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), além de PT, PCdoB, PCB, PSOL, PSTU e PDT.