24ª Romaria da Terra celebra diversidade de alimentos
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) convida os meios de comunicação para participar da Coletiva de Imprensa da 24ª Romaria da Terra do Paraná, que será realizada na próxima sexta-feira (9/10), a partir das 14h30. Como prática da entidade a coletiva ocorrerá simultaneamente nas cidades de Londrina e Curitiba.
Estarão presentes em Londrina o membro da coordenação nacional da CPT, Dirceu Fumagalli, o Arcebispo da Arquidiocese de Londrina, Dom Orlando Brandes, um representante da Diocese da Apucarana e o agricultor orgânico do município de Marilândia do Sul, Célio Ferracioli. Já em Curitiba, falarão sobre o evento o presidente nacional da CPT, Dom Ladislau Biernaski e o agente da CPT e professor da PUC/PR, Jelson Oliveira.
Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a atual crise dos alimentos, a 24ª Romaria da Terra do Paraná ocorre no próximo dia 11, cujo tema será “Segurança e Soberania Alimentar”. O evento acontecerá no município de Marilândia do Sul, região norte do estado (Diocese de Apucarana).
24ª Romaria da Terra do Paraná
Quando: 9/10 (sexta-feira)
Horário: 14h30
Onde: Londrina – Centro Diocesano de Pastoral de Londrina – Rua Dom Bosco, 145
Curitiba – Rua Paula Gomes, 703, 1º andar, Jardim São Francisco (próximo a Cinemateca) – (41) 3324-7433
CENSO CONFIRMA: AGRICULTURA FAMILIAR/CAMPONESA GARANTE ALIMENTAÇÃO DOS BRASILEIROS
Dados do Censo Agropecuário 2006, divulgados no último dia 30 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a agricultura familar/camponesa é responsável pela segurança alimentar dos brasileiros produzindo 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite consumido no país. Além disso, os pequenos agricultores garantem a produção de 46% de milho, 38% do café e 34% do arroz.
Apesar das propriedades com menos de dez ha ocuparem apenas 2,7% da área total dos estabelecimentos rurais, o setor emprega 74,4% da mão-de-obra do campo.
É a primeira vez que a agricultura familiar/camponesa é retratada nas pesquisas feitas pelo IBGE. É também inédita a investigação da agricultura orgânica no país. De acordo com o censo, apenas 1,8% dos estabelecimentos agropecuários (90.425) praticavam a produção orgânica/agroecológica.
EMPRESAS TRANSCIONAIS QUEREM CONTROLAR O ALIMENTO
Vivemos um contexto em que ganha força o debate em torno da produção e da qualidade dos alimentos. A produção e a comercialização dos alimentos foram concentradas nas mãos de empresas transnacionais. Esse processo escraviza os agricultores e agricultoras, encarece o preço dos insumos, polui o meio-ambiente e faz do campo um imenso “deserto verde” de cana, soja e madeira.
Estima-se que 75% das 1.500 espécies de sementes domesticadas pelos agricultores(as) já tenham sido perdidas, reduzindo toda alimentação humana a 15 ou 20 variedades de sementes. Hoje, dez empresas de sementes controlam quase 40% do comércio mundial de sementes.
Todo esse modelo está por trás da crise alimentar que coloca em risco o direito à alimentação de milhares de pessoas no mundo. Este cenário agrava ainda mais a situação dos quase 14 milhões de brasileiros (7,7% da população) que vivem em domicílios nos quais a fome esteve presente ao menos um dia em 2004, como revela a primeira pesquisa sobre Segurança Alimentar feita pelo IBGE.
“CINTURÃO VERDE”
O município de Marilândia do Sul está localizado na região norte do Paraná, cerca de 336Km de Curitiba. Com uma população de 8.932 habitantes, sendo 67,13% no meio urbano e 32,87% no meio rural (dados IBGE 2007), a cidade é considerada o “cinturão verde” da região de Apucarana, com destaque para a grande produção de verduras e hortaliças.
