Sem Terra ocupam Incra em Vitória

Na manhã desta segunda-feira (19/10), cerca de 50 famílias do Assentamento Otaviano de Carvalho, localizado em Ponto Belo (ES), ocuparam as dependências do Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra), em Vitória, para pressionar o órgão a agilizar o processo da área.

Na manhã desta segunda-feira (19/10), cerca de 50 famílias do Assentamento Otaviano de Carvalho, localizado em Ponto Belo (ES), ocuparam as dependências do Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra), em Vitória, para pressionar o órgão a agilizar o processo da área.

Há um ano, as famílias ficaram por dois meses em Vitória com este mesmo objetivo, mas o processo permaneceu paralisado. “O MST entende que a única forma de fazer valer os direitos dessas famílias é por meio de ocupação e permanência no Incra para que o mesmo atenda as famílias e dê continuidade ao andamento do processo”, afirma nota divulgada pelo MST estadual.

Leia a nota:

Em setembro de 2000, tiveram início os procedimentos para disponibilidade da Fazenda Ipiranga, situada no município de Ponto Belo, norte do Estado do Espírito Santo, para fins de Reforma Agrária. Em 2001, o Incra constatou que o imóvel era improdutivo. Nesse período, havia um grupo de famílias que já permanecia ali desde 1997, e morava em um lixão do mesmo município, esperando os resultados das áreas vistoriadas. A partir da vistoria, o Incra decretou a desapropriação do imóvel e, em 2002, foi realizada a imissão de posse da área, batizada de Assentamento Otaviano Rodrigues de Carvalho.

A história deste assentamento é marcada pelo processo de luta pela Reforma Agrária no estado do Espírito Santo. Desde o seu surgimento, porém, não tivemos o prazer de compartilhar os nossos sonhos – já que o assentamento ainda está com o processo parado no poder Judiciário.

Até hoje não temos nenhuma infra-estrutura. Nossos assentados continuam morando em barracos de lona preta e toda a produção que os mesmos tentam desenvolver são destruídos pelos animais dos fazendeiros.

Dentre as mobilizações realizadas no Incra, em 2008 retornamos a fim de tentar buscar soluções e respostas às demandas e continuidade do processo, que permanecia paralisado.

Ficamos dois meses na capital e, neste período, entre idas e vindas a Brasília e ao Rio de Janeiro, conseguimos que fosse implementado o programa do Ministério de Minas e Energia, o Luz para Todos. As demais necessidades que cabem ao Incra implementar até hoje não foram viabilizadas por conta do não andamento de processo.

Assim, completam-se 10 anos de conflito e indignação por parte das famílias do assentamento, que vivem em condições precárias de vida. Ali residem homens, mulheres e crianças, totalizando 98 famílias – ou 320 pessoas à espera da concretização da luta, para que o assentamento seja reconhecido.

Já se passou um ano que as famílias do Assentamento Otaviano Rodrigues de Carvalho vieram a Vitória para cobrar, mais uma vez, agilidade no processo que envolve a vida de centenas de companheir@s.

REFORMA AGRÁRIA: POR JUSTIÇA SOCIAL E SOBERANIA POPULAR!

DIREÇÃO ESTADUAL DO MST/ES