Comunidades bloqueiam balsas para denunciar extração ilegal de madeira

Da RadioAgência NP

Em Santarém (PA), moradores da região Nova Olinda I bloqueiam, há mais de dez dias, balsas carregadas de madeiras no curso dos rios Maró e Arapiuns. Os moradores são de comunidades indígenas e ribeirinhas que tem parte do território explorado por madeireiros. Empresários do ramo têm a permissão do governo estadual para explorar comercialmente a madeira, embora parte das áreas concedidas sejam de comunidades tradicionais.

Da RadioAgência NP

Em Santarém (PA), moradores da região Nova Olinda I bloqueiam, há mais de dez dias, balsas carregadas de madeiras no curso dos rios Maró e Arapiuns. Os moradores são de comunidades indígenas e ribeirinhas que tem parte do território explorado por madeireiros. Empresários do ramo têm a permissão do governo estadual para explorar comercialmente a madeira, embora parte das áreas concedidas sejam de comunidades tradicionais.

O caso foi denunciado ao Ministério Público Federal. Segundo a procuradora da República do Pará, Nayana Fadul, os moradores condicionam a liberação das balsas somente após a fiscalização das madeiras pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

“Eles querem comprovar que essas madeiras estão irregulares. Mesmo que exista um plano de manejo, os moradores dizem que há um excedente, ou seja, que sempre é tirado muito mais do que é permitido. O que eles pedem é que seja feita essa fiscalização e que o excedente – ou seja, aquilo que é madeira ilegal – retorne à comunidade, que é de onde não deveria ter saído.”

Os moradores também desconfiam da maneira como são aprovados os licenciamentos ambientais pelo órgão do estado. No caso dos indígenas do rio Maró, eles reivindicam maior agilidade da Funai (Fundação Nacional do Índio) na demarcação de suas terras. O processo está parado há meses na Diretoria de Assuntos Fundiários da Funai em Brasília.

“O estado do Pará não tem que esperar a decisão final da Funai. A realidade é conhecida, eles sabem que os indígenas estão lá e que a terra é deles. E não [deve] permitir que madeiras sejam retiradas das terras dos índios.“