Assentamentos apresentam mais de 50 produtos na Feira Sustentável de SC
Entre os dias 30/10 e 1º/11, os assentamentos da Reforma Agrária de Santa Catarina, todos originados a partir da luta do MST, expuseram mais de 50 produtos, entre alimentos in natura, industrializados, artesanatos, equipamentos e livros, na Feira Sustentável de Santa Catarina, no Centrosul, em Florianópolis.
O MST apresentou os resultados da organização dos trabalhadores e trabalhadoras em oito estandes. Participaram da Feira mais de 300 representantes de aproximadamente 140 assentamentos, 60 cooperativas, agroindústrias familiares e empreendimentos de autogestão do MST.
Entre os dias 30/10 e 1º/11, os assentamentos da Reforma Agrária de Santa Catarina, todos originados a partir da luta do MST, expuseram mais de 50 produtos, entre alimentos in natura, industrializados, artesanatos, equipamentos e livros, na Feira Sustentável de Santa Catarina, no Centrosul, em Florianópolis.
O MST apresentou os resultados da organização dos trabalhadores e trabalhadoras em oito estandes. Participaram da Feira mais de 300 representantes de aproximadamente 140 assentamentos, 60 cooperativas, agroindústrias familiares e empreendimentos de autogestão do MST.
Conforme um dos coordenadores do Movimento em Santa Catarina, Álvaro Santin, a participação na feira foi uma prestação de contas à sociedade, que busca reafirmar a importância da Reforma Agrária a partir de resultados práticos. “Defendemos a reforma agrária por entender que ela representa vida digna no meio rural e mais benefícios a todas pessoas. Estamos mostrando que esse modelo é viável e que ajuda a sociedade”, destacou Santin.
Na manifestação durante a abertura da Feira Sustentável, o coordenador do MST, representando a Via Campesina, lembrou a luta de milhares de trabalhadores e trabalhadoras do campo, ao longo de décadas, para garantir terra destinada à produção de alimentos. Santin lamentou a postura de políticos que, em diversas ocasiões, participam e elogiam atividades e festividades promovidas pelas cooperativas, agroindústrias e comunidades ligadas ao MST, mas agem e votam pela criminalização do movimento, nos espaços onde atuam. “Queremos que venham até aqui
e vejam, novamente, o fruto do trabalho que eles atacam”, disse.
Santin defendeu a revisão dos índices de produtividade e denunciou a criminalização do MST como uma manobra que desvia o foco da incompetência, da falta de eficiência na produção e dos prejuízos do modelo agrícola proposto pelos ruralistas e transnacionais ligadas ao agronegócio. “As pessoas e o meio ambiente somente colhem prejuízos com essa postura”, complementou. Somente um produto do MST chega diariamente a 1,5 milhão de pessoas.
Para o membro da direção estadual do MST, Dirceu Pelegrino Vieira, a diversificação da produção nos assentamentos é a demonstração, na prática, dos números apresentados pelo Censo do IBGE, que mapeou a agricultura brasileira nesta segunda metade da década. Conforme o estudo, a agricultura familiar e camponesa produz mais e melhor, em uma área muito menor do que o agronegócio.
Em Santa Catarina, conforme o levantamento, 87% das propriedades agrícolas incluem-se na agricultura familiar (mais de 168 mil). Os dados mostram que a área cultivada encolheu, no entanto, a produção aumentou. Isso significa mais respeito ao meio ambiente e uma melhor produtividade. A cesta básica de Santa Catarina é praticamente formada por produtos originados do trabalho de famílias de agricultores e agriculturas familiares.
[img_assist|nid=8512|title=|desc=|link=none|align=left|width=640|height=480]O estudo ainda aponta que 63,8% do arroz em casca, 79,2% do feijão preto, 93% da mandioca, 87,1% do leite de vaca, 67,8% do plantel de aves e 66% do de suínos têm origem nas pequenas propriedades. No Brasil, os assentamentos, agricultores e agriculturas familiares e camponeses respondem por mais de 75% dos trabalhadores do campo. Apesar de ocupar apenas um quarto da área agriculturável, o setor responde por 38% do valor da produção (R$ 54,4 bilhões) O leite Terra Viva, produzido por cooperativas do MST, é um dos principais exemplos do sucesso da reforma agrária. Diariamente ele chega à mesa de mais de 1,5 milhão de pessoas na região Sul e em São Paulo. “E além dessas grandes iniciativas, o MST mostra na feira a força das pequenas agroindústrias familiares, que garantem o sustento de milhares de pessoas e entregam alimentos de qualidade às pessoas”, destaca Dirceu.
Editora popular também esteve na Feira
A Editora Expressão Popular, que em 2009 comemora 10 anos de existência, também participou da Feira Sustentável 2009, em Florianópolis. Coordenada por diversos movimentos sociais, entre eles o MST, a editora esteve em um dos oito estandes do evento.
A editora disponibilizou livros a preços baixos, que em geral cobrem somente os custos de impressão, com o objetivo de garantir a toda população acesso a obras literárias, estudos e pesquisas de escritores e pensadores de todas partes do mundo.