Mais uma cerca do latifúndio é rompida em Minas Gerais
Cerca de 150 integrantes do MST ocuparam, nesta quinta-feira (25/3), o latifúndio Fortaleza de Sant’Anna, em Goianá, na Zona da Mata, a 287 quilômetros de Belo Horizonte.
Em nota, os trabalhadores Sem Terra afirmam que “a ocupação desse latifúndio abre nossa jornada de lutas em Minas Gerais. Esperamos que todos os lutadores e lutadoras do povo contribuam divulgando o ato e cobrando das autoridades a imediata desapropriação das terras improdutivas”.
Leia abaixo a íntegra do manifesto.
Nós, trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST – Zona da Mata, anunciamos que nessa manhã rompemos a cerca do latifúndio “antiga fazenda Fortaleza de Sant’Anna”, localizada em Goianá. Munidos de laudo do INCRA, que declara a fazenda como improdutiva, ou seja, não cumpridora de sua função social, contamos com a solidariedade de todo o povo mineiro.
Nossa proposta de Projeto Popular para o campo tem como desafios eliminar a pobreza no meio rural, combater a desigualdade social e a degradação da natureza, garantir a soberania alimentar com alimentos saudáveis, preservar a biodiversidade animal, vegetal e cultural em todos os territórios, garantindo a participação igualitária das mulheres e dos homens.
A ocupação desse latifúndio abre nossa jornada de lutas em MG. Esperamos que todos os Lutadores e Lutadoras do Povo contribuam divulgando o ato e cobrando das autoridades a imediata desapropriação das terras improdutivas da “antiga fazenda Fortaleza de Sant’Anna”.
Somos 50 famílias de camponeses sem terra dessa região do estado de Minas, aliados com diversos setores da sociedade que, assim como nós, acreditam que a reforma agrária é uma Luta de todos.
A ousadia dos trabalhadores(as) organizados(as) pelo MST, em romper a cerca dessa fazenda é impulsionada pela história de trabalho escravo e de degradação dos recursos naturais. Somente os camponeses serão capazes de serem guardiões da natureza e da cultura desse território.
Brigada Manuel Marulanda – Zona da Mata (MG)
Acampamento Denis Gonçalves,
Goianá, 25 de março de 2010.