Chega a 15 o número de ocupações em Pernambuco
Famílias Sem Terra ocuparam mais sete latifúndios em Pernambuco nesta segunda-feira (12/4). Com as ações de hoje chegam a 15 as ocupações da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado. As ações já envolveram cerca de 2 mil famílias Sem Terra.
Ocupações em todas as regiões
No município de São Lourenço da Mata, região Metropolitana do Recife, cerca de 150 familias ocuparam o ENGENHO CURUPATI, pertencente à Usina Bulhões. Esse é o segundo engenho da Bulhões ocupado na Jornada desse ano. Ontem outras 130 famílias Sem Terra ocuparam o Engenho POÇO DE
ANTA, da mesma usina.
Na Zona da Mata Norte, também na manhã de hoje, o ENGENHO PARÁ, localizado no município de Camutanga, foi ocupado por cerca de 100 familias.
Na região do Sertão do Estado foram quatro ocupações: no município de Ibimirim, 130 familias ocuparam a FAZENDA PASSARINHO, latifúndio improdutivo de 2.430 hectares. Em Belém do São Francisco 110 familias ocuparam a FAZENDA CACIMBA NOVA E CACIMBA DO MEIO; e outras 150 famílias ocuparam a FAZENDA AIPUEIRA. No município de Itacuruba a FAZENDA JATINÃ foi ocupada por 150 famílias.
E no Agreste a FAZENDA TAQUARI, localizada no município de Passira, foi reocupada por cerca de 80 familias.
Lutar não é crime!
Com o lema “Lutar não é crime!”, em referência ao processo de criminalização dos movimentos sociais levado a cabo por parte dos poderes Legislativo e Judiciário e da grande imprensa, a Jornada Nacional de
Lutas por Reforma Agrária segue até o final do mês. Durante esse período serão realizadas outras ocupações de terra, além de marchas, atos, manifestações e acampamentos em áreas urbanas.
A Jornada acontece todos os anos no mês de abril em memória dos 19 trabalhadores rurais Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás, durante operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996. O dia 17 de abril, data do massacre que teve repercussão internacional, tornou-se o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
O MST exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o país; a atualização dos índices de produtividade; garantia de recursos para as desapropriações de terras; e investimentos públicos nos
assentamentos (crédito para produção, habitação rural, educação e saúde).