No Paraná, Sem Terra se mobilizam com ato e caminhada
Nesta terça-feira (13/4), cerca de 1.000 trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná chegaram a Curitiba para participar da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Pela manhã, no Monumento Antonio Tavares, BR 277, houve o ato de abertura da mobilização, com o lema “Lutar não é crime”. Depois do ato, os Sem Terra seguiram em caminhada até a Superintendência Regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) do Paraná, onde foi entregue uma pauta de reivindicações ao superintendente, Nilton Bezerra Guedes. De lá, os trabalhadores e trabalhadoras seguiram para o ginásio Tarumã.
A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas que cobra a realização da Reforma Agrária, que se encontra paralisada no país. Somente no Paraná, cerca de 5 mil famílias permanecem acampadas, em situação precária, vivendo em beiras de estradas e em áreas ocupadas, vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio.
Os trabalhadores paranaenses também exigem assistência técnica e infra-estrutura para os assentamentos, como crédito, habitação e renegociação de dívidas.
Durante a mobilização serão realizadas negociações com o Incra, Banco do Brasil, Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e secretarias estaduais, para tratar de questões referentes aos acampamentos e assentamentos no estado. Para o dia 16/4, sexta-feira, está prevista uma Audiência com autoridades estaduais e federais no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Contexto
A Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária é realizada em memória dos 19 Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás, durante operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996. O dia 17 de abril, data do massacre que teve repercussão internacional, tornou-se o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Após 14 anos, o país ainda não resolveu os problemas dos pobres do campo, que continuam sendo alvo da violência dos fazendeiros e da impunidade da justiça. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram assassinados 1.546 trabalhadores rurais entre 1985 e 2009.