Roberto Rodrigues estraga festa dos ruralistas
Mais de 800 latifundiários do interior de São Paulo e de outros estados fizeram um encontro batizado de “Abril Verde”, nesse final de semana.
Os organizadores pretendiam fazer um contraponto ao chamado Abril Vermelho, que é a forma como a imprensa apelidou as lutas dos trabalhadores rurais pela Reforma Agrária nesse período.
A principal estrela do encontro foi o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que atualmente que preside o Conselho do Agronegócio da Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).
O circo estava armado e a expectativa eram declarações que condenassem os movimentos sociais do campo, especialmente o MST.
Veja a declaração de Roberto Rodrigues: “É um movimento legítimo, que é positivo, mas se torna negativo quando há violência. As ocupações são legítimas, mas deixam de ser quando ocorre violência”.
Embora tenha feito uma ressalva, que ninguém pode discordar – até mesmo porque a violência costuma recair sobre os trabalhadores rurais – o ministro disse também que a jornada de lutas de abril faz “uma onda concêntrica, que defende uma tese legítima”.
Os outros participantes do encontro não devem ter gostado da resposta. Insistiram e voltaram a questionar o ex-ministro, que é a personalidade mais respeitável do agronegócio.
Parênteses: Kátia Abreu deve sonhar em ser Roberto Rodrigues.
Veja a resposta do ex-ministro: “Vim aqui para falar do desenvolvimento, da alta tecnologia e dos altos índices de produção do campo, mas principalmente da falta de estratégia e de ações integradas do governo para explorar tudo isso”.
Ou seja, o circo estava armado, mas não encontraram a pessoa certo para fazer as palhaçadas.
No próximo ano, melhor convidarem a Kátia Abreu mesmo.
Um detalhe interessante: o Portal do Estadão deu uma matéria com as declarações de Roberto Rodrigues, no sábado .
No dia seguinte, não tinha nada no jornal impresso. Por que será?