Stedile alerta para o uso abusivo de agrotóxicos no campo

Da Agência Brasil O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, alertou hoje ao participar da 9 ª Jornada de Agroecologia, que o uso de agrotóxicos na agricultura faz do Brasil o primeiro consumidor mundial desses produtos químicos usados para combater pragas ou para o preparo do solo.

Da Agência Brasil

O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, alertou hoje ao participar da 9 ª Jornada de Agroecologia, que o uso de agrotóxicos na agricultura faz do Brasil o primeiro consumidor mundial desses produtos químicos usados para combater pragas ou para o preparo do solo.

Para ele, a agricultura brasileira vive um período histórico muito complexo. “Estão em disputa, diariamente, duas grandes propostas, a do agronegócio e outra da agroecologia.” Segundo Stédile, o país consome anualmente 720 milhões de litros de agrotóxicos que contaminam a natureza.

“Na semana passada, o Sindicato dos Fabricantes de Defensivos Agrícolas, que representa 10 empresas – nove multinacionais e uma brasileira – anunciou que, na safra do ano passado, foram comercializados 1 bilhão de litros”, disse.

Stédile comentou sobre os riscos do uso desse produtos. “É preciso que a população saiba que todo esse veneno é de origem química, não é biodegradável, contamina o solo, a água, depois atinge o organismo do homem e a consequência, todos nós já sabemos, é, provavelmente, um câncer”, observou.

O coordenador do MST adiantou que a Via Campesina vai realizar, em julho, um seminário nacional que reunirá representantes dos movimentos sociais, do governo, de uma rede de estudos de toxicologia, de hospitais, do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e de cientistas. O objetivo é organizar uma campanha contra o uso indiscriminado de agrotóxicos.

Stédile disse que são encontros como a Jornada de Agroecologia, que reúne 3 mil participantes, que fortalecem o modelo desse sistema agrícola que preconiza o uso de defensivos naturais.