Crianças do MST defendem escolas itinerantes no RS
Por Raquel Casiraghi
Da Página do MST
Crianças Sem Terra realizam uma marcha em defesa das escolas nos acampamentos, as chamadas escolas itinerantes, nesta quarta-feira.
A manifestação começa às 9h na Praça XV, no centro de Porto Alegre, e prossegue em direção ao
Ministério Público Estadual (MPE). Além dos sem terrinha, participam do protesto organizações urbanas e apoiadores.
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As crianças exigem a reabertura das escolas itinerantes. Desde que foram fechadas em 2009, por meio do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado pelo governo Yeda Crusius e Ministério Público Estadual (MPE), 450 crianças sem terra foram prejudicadas em seu direito de estudar.
Muitas crianças viajam mais de hora para chegar nas escolas nas cidades, prejudicando o aprendizado.
Em outros casos, como o de São Gabriel, na Fronteira Oeste, as crianças acampadas ficaram sem aula por um grande período por falta de transporte escolar.
Em 13 anos de funcionamento, as escolas itinerantes alfabetizaram e deram dignidade a centenas de famílias. A experiência das escolas, que surgiram pela primeira vez no estado do RS, ainda serviu de exemplo para que fosse adotada em diversos outros estados do país.
Fechamento das escolas
Desde o fechamento das escolas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e governo estadual, as crianças do MST fizeram diversas mobilizações, que resultaram em promessas, mas nada saiu do papel.
O próprio MPE, no ano passado, se comprometeu em chamar o governo do RS para uma reunião sobre
as escolas itinerantes. Até agora, o encontro não saiu.
A manifestação de hoje encerra o 14º Encontro Estadual dos Sem Terrinha, que acontece desde a segunda-feira (11) no Assentamento Integração Gaúcha, em Eldorado do Sul. O encontro acontece anualmente no RS e em outros estados do país para marcar o Dia da Criança.