Famílias Sem Terra sofrem despejo em Macaé
Na manhã desta quarta-feira (17), a Polícia Federal deu início ao despejo do acampamento Osvaldo de Oliveira, na fazenda Bom Jardim, em Macaé (RJ).
O latifúndio, que foi ocupado por 400 famílias Sem Terra no último dia 7 de setembro, tem 1600 hectares e foi considerado improdutivo pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ainda em 2006, por não cumprir com sua função social e ambiental.
No dia 1º de setembro, a fazenda foi decretada de interesse social para fins de Reforma Agrária. Mesmo assim, o proprietário pediu a reintegração de posse. Desde a ocupação, ruralistas e latifundiários da região aliados a parte do Judiciário local vêm se organizando para a realização do despejo.
As famílias denunciam que o proprietário da fazenda não respeita a legislação ambiental. A área de Reserva Legal não estava registrada no Ibama e as áreas de proteção permanente também não estavam protegidas. O MST propõe criar na área um assentamento com princípios agroecológicos e de forma cooperada.
“Esperamos que os órgãos competentes não se coloquem de forma truculenta perante a ação do despejo. Aqui da capital estamos com muitas dificuldades em conseguir informações mais precisas sobre os acontecimentos, mas tememos a possibilidade de violência contra os trabalhadores. Só temos uma certeza: seguiremos lutando e ocupando latifúndios enquanto ainda existir famílias, expulsas da terra, que nela querem trabalhar e viver”, afirma Marcelo Durão, integrante da Direção Estadual do MST no Rio de Janeiro.
Participam da ocupação famílias de toda a região e diversos municípios, como Rio das Ostras, Cabo Frio, Casimiro de Abreu e Macaé.